Grifo debilitado que foi resgatado pela GNR numa rua de Albufeira já está no RIAS

Ave será devolvida à natureza quando recuperar as forças

O grifo, ou abutre-fouveiro (Gyps fulvus), que o Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Albufeira resgatou ontem, numa rua desta cidade, já foi entregue no RIAS – Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens. onde a ave está agora em recuperação.

O grifo, que é uma espécie selvagem protegida internacionalmente, ao abrigo da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES), começou por ser entregue pela GNR ao Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a Autoridade CITES em Portugal, que, por sua vez, levou a ave para o centro de recuperação situado na Quinta de Marim, em Olhão.

Thijs Valkenburg, um dos biólogos do RIAS, disse ao Sul Informação que o grifo estava «muito debilitado e com fome» quando chegou ao centro, mas «não apresentava nenhuma lesão».

Segundo este especialista, apesar de o Algarve não ser uma região onde ocorram normalmente grifos, eles passam pela região nesta altura do ano, na sua migração outonal para África. «Aqui no Algarve não há comida para eles, gado morto, por exemplo, e, se por qualquer razão eles ficam cá retidos, acabam por ficar muito debilitados». Foi o caso deste abutre resgatado das ruas de Albufeira.

O biólogo disse ainda ser muito difícil que o grifo tenha «atacado uma pessoa que se encontrava numa esplanada», como afirma a GNR na nota enviada às redações. Os grifos, apesar do serem aves de grande porte, são abutres, que não costumam atacar presas vivas. «O que pode ter acontecido é que o grifo se tenha aproximado à procura de comida e alguém se assustou com o seu tamanho», explicou.

No RIAS, a ave está já a recuperar as forças. Thijs Valkenburg adiantou que o tratamento passa por «lhe oferecer boas condições de alimentação e treinos de voo, no nosso túnel de 50 metros». Mais tarde, talvez «daqui a um mês ou dois», será então devolvida à natureza.

O técnico do RIAS diz que este centro acolhe, atualmente, seis grifos – um atingido pela pá de uma eólica, outro eletrocutado e quatro que ali deram entrada muito debilitados. Além dos abutres, têm também sido acolhidas muitas águias, que estão também em recuperação.

O grifo é um abutre que chega a medir até 1 metro de comprimento e 2,7 metros de envergadura, e pesa de 6 a 12 quilos. Em Portugal, as principais colónias situam-se no Parque Natural do Douro Internacional, no Parque Natural do Tejo Internacional e nas Portas de Ródão, também existindo alguns exemplares na Serra de São Mamede, mais a sul.

 

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