Critérios da lista de municípios de risco «são discutíveis» e «podem ser aperfeiçoados»

Delegada regional de Saúde sugere o alargamento do critério de não contabilizar casos nos lares, mas não só

Os critérios que determinam quais os municípios que devem pertencer à lista de risco mais elevado de contágio por Covid-19 «são discutíveis» e «podem ser aperfeiçoados», defendeu esta sexta-feira Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, durante a conferência de imprensa quinzenal de balanço da situação epidemiológica do Algarve.

Questionada sobre o facto do Algarve ter passado de um para oito municípios na lista de concelhos de risco, na atualização feita na quinta-feira pelo Governo, Ana Cristina Guerreiro não escondeu que acha que os critérios podem ser melhorados, de modo a tornar-se mais justos.

«Os critérios são discutíveis? Na minha opinião, são. Acho que podem ser aperfeiçoados», afirmou.

As melhorias podiam passar «pelos lares, por exemplo», que não são contabilizados nos territórios de baixa densidade, algo que podia ser alargado em todo o território.

Por outro lado, «há a questão dos residentes», tendo em conta que boa parte dos casos mais recentes no Algarve são de cidadãos estrangeiros.

Como ilustrou ontem António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, há muita gente a viver no Algarve «que não consta das estatísticas e não está registada, algo que não se passará em mais lado nenhum, no país, com esta dimensão», nomeadamente residentes estrangeiros, migrantes e turistas.

«Devemos ser contabilizados como tendo, pelo menos, 600 mil habitantes», defendeu o também presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil.

Quanto a Tavira, que não escondeu a sua indignação por integrar a lista, embora os dados regionais apontassem para que estivesse abaixo dos 240 casos por 100 mil habitantes, em 14 dias, o que pode ter acontecido é que a Direção Geral de Saúde esteja «a contabilizar pessoas que estão a residir fora do concelho, mas que mantiveram a morada no concelho».

E «os dados que importam» para a elaboração da lista «são os deles» – «a diferença é de seis casos, mas foi o suficiente».

«A DGS trabalha dados nacionais, de grande dimensão, e baseia-se nos dados que o sistema encontra», ao contrário da Autoridade de Saúde Regional, que tem acesso a dados «mais finos».

«O nosso esforço é que o sistema seja o mais preciso que for possível, algo que há de acontecer», acredita Ana Cristina Guerreiro.

Uma vez na lista, não se vislumbram hipóteses de Tavira de lá sair antes da revisão que o Governo fará no dia 23, mesmo que a DGS corrija os seus dados.

Isto não significa que a autarquia e a Comunidade Intermunicipal baixem os braços.

«Tanto a AMAL como Tavira vão ter reuniões com o Governo e apresentarão os seus documentos. Vamos ver o que acontecerá», revelou o secretário de Estado Jorge Botelho, coordenador regional do combate à pandemia.

 

 

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