Associações exigem ser ouvidas sobre a falta de água no Algarve

Plataforma Água Sustentável é composta por oito organizações regionais e nacionais

Barragem de Odeleite – Foto: Flávio Costa|Sul Informação

As associações e as Organizações Não Governamentais têm de ser envolvidas na busca das melhores soluções para a escassez estrutural de água no Algarve, exigem os movimentos e associações regionais e nacionais que pertencem à Plataforma Água Sustentável.

Representantes das oito organizações que compõem esta frente comum reuniram-se para «analisar a situação da água no Algarve e encontrar possíveis caminhos conjuntos de intervenção no sentido de exigir dos decisores políticos transparência e ações urgentes de resolução do problema».

Deste encontro, resultou uma posição comum, assinada pelas diferentes entidades, nomeadamente A Rocha, Água é Vida, Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, CIVIS – Associação para o Aprofundamento da Cidadania, Faro 1540 – Associação de Defesa e Promoção do Património Ambiental e Cultural de Faro, Glocal Faro, Quercus  – Associação Nacional de Conservação da Natureza e Regenerarte – Associação de Proteção e Regeneração dos Ecossistemas.

Os membro do Plataforma Água Sustentável «concluíram que é premente desenvolver um trabalho em comum para se maximizar o encontro de soluções sustentáveis que priorizem os direitos de todos, especialmente o dos jovens e das futuras gerações, de habitarem ecossistemas saudáveis que protejam o Ciclo Natural e Ciclo Urbano da Água».

«Consideram também fundamental a promoção ativa de novos comportamentos enquanto consumidores conscientes, através de ações variadas e da adoção de políticas públicas inovadoras, e a participação dos cidadãos na tomada de decisões, nomeadamente através de consulta pública e na verificação da publicação de documentos oficiais sobre do cumprimento das leis e dos planos que visam o uso eficiente da água na região. Exigem igualmente que as entidades regionais e nacionais as tenham como parceiras de pleno direito neste processo», lê-se no comunicado conjunto destas entidades.

As oito associações e movimentos pretendem, desta forma, «publicitar aos cidadãos, de forma contextualizada, os problemas, as decisões e as vantagens e inconvenientes de cada solução apresentada, contribuindo para a transparência do funcionamento da nossa democracia».

A Plataforma Água Sustentável justifica as suas exigências com o facto de serem as próprias entidades oficiais nacionais e internacionais «que afirmam que nunca mais vai haver um recurso abundante de água no Algarve que nos permita o seu uso ilimitado e que temos de aprender a viver com essa condição».

E se, por um lado, não existem soluções com impacto 100% positivo, as respostas que se poderão vir a dar, «além de técnicas, são também políticas».

Para os membros da plataforma, é muito grave «que o assunto esteja a ser resolvido como se se reduzisse apenas a um problema económico».

Também criticam «a falta de auscultação e a ausência de difusão da opinião que as organizações cívicas e ambientais têm sobre o assunto» e o facto de não ser «promovida a divulgação dos dados referentes aos consumos junto do cidadão comum, nomeadamente os dados atuais da Administração da Região Hidrográfica do Algarve (ARH)/APA segundo os quais, por exemplo, as perdas nas redes públicas municipais são de 30% da água distribuída por essa rede».

Por outro lado, não se sabe «o que as entidades públicas pretendem fazer para travar novas plantações», quando é sabido que a agricultura é a maior consumidora de água da rede (60%) e da água proveniente de aquíferos subterrâneos (75%).

 

 



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