Associação de Músicos lança “Estado de Resiliência” em Faro

«Temos uma responsabilidade acrescida nestes tempos difíceis que estamos a viver»

“Estado de Resiliência” é a nova grelha de programação apresentada pela Associação Recreativa e Cultural de Músicos (ARCM) de Faro, em resposta às medidas anunciadas esta semana pelo primeiro ministro António Costa, nomeadamente as que se prendem com a proibição de circulação dos cidadãos farenses, em pleno Estado de Emergência.

Às maiores restrições que são impostas aos concelhos integrados na lista de municípios de maior risco de contágio de Covid-19, a Associação Recreativa e Cultural de Músicos «responde com enorme elasticidade e determinação».

«É importante que a cultura não páre, assim como as restantes atividades económicas do concelho e do País», defende Jorge Santos, responsável por parte da programação cultural do espaço.

Na senda do que vem sendo a sua marca identitária, Jorge Santos reage com propostas ousadas e, sobretudo, com enorme capacidade de antecipação e visão face ao futuro.

«Fizemos questão de convidar para este “Estado de Resiliência” bandas de originais, como vem sendo nossa preocupação, e foi impressionante a rapidez com que todos os músicos aderiram de imediato», revela o programador.

Os espectáculos decorrem naquele espaço, diariamente, entre as 21h00 e as 22h30, e todos os valores de bilheteira revertem diretamente para as bandas que subirão ao palco.

Com um custo por espectador de cinco a dez euros por bilhete, a receita prevê pagar honorários a cerca de 20 músicos, 10 técnicos de som e de luz e outros tantos elementos da equipa envolvida.

«Há, de facto, todo um espírito associativo que funciona e uma solidariedade que se manifesta entre os agentes culturais, a associação e os públicos, pois vivemos momentos de grandes fragilidades no setor», defende, por sua vez, João Melro, presidente da ARCM, co-autor deste “Estado de Resiliência”.

«Temos uma responsabilidade acrescida nestes tempos difíceis que estamos a viver: a nossa responsabilidade social impele a que criemos alternativas e respostas não apenas para com os públicos, que têm agora ainda mais razões para procurar escapes e momentos de convívio saudáveis, como também para com o tecido cultural do concelho, onde se incluem todos os trabalhadores do setor, como músicos e técnicos», prossegue João Melro, também ele músico.

Jorge Santos corrobora em sintonia: “O Estado de Resiliência” é «a nossa capacidade de superar e recuperar das adversidades, é a resposta urgente que se precisa».

Esta linha de programação prevê para os dias 16, 17, 18, 19 e 20 de Novembro as atuações das seguintes composições musicais: “Hot Billy Rods”, “Villain Outbreak”, “Wtdpg” e “Anymal Racional”, “Contra Corrente” e “Sam Alone”, respetivamente.

E ainda uma arriscada novidade para os horários disponíveis: os brunchs de jazz (com o “Quarteto de Jazz ARCM”) e de punk (com “Razor Kids”) previstos para o final de semana (21 e 22 de Novembro), a partir das 11 horas.

Prioridade absoluta para ambos os autores de “Estado de Resiliência” é o cumprimento das regras de segurança emanadas pela Direção Geral de Saúde(DGS) e que têm estado sempre em vigor na ARCM, um sinal para que o público possa continuar a aderir e a frequentar aquele espaço, pois “A Cultura é Segura”, como defende a Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos”, que Jorge Santos e João Melro subscrevem.

Vários elementos da União Audiovisual – o movimento de apoio aos profissionais do setor, que nasceu em tempos de pandemia pela Covid-19 – estarão presentes durante todas as iniciativas de “Estado de Emergência” para dar corpo e voz a mais uma campanha de angariação de géneros alimentícios naquela Associação. “Resistir é vencer” assegura a equipa (feita de múltiplas equipas) da ARCM.

 



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