Presidente da República admite agravamento do défice se for preciso reforçar a Saúde

«Não basta haver ventiladores, é preciso haver equipas que assegurem os cuidados intensivos com esses ventiladores»

Presidente Marcelo Rebelo de Sousa em Sagres – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

«Se se chegar à conclusão de que é preciso reforçar o orçamento da saúde, não estou a ver nenhum partido a dizer que não, por muito que custe sacrificar uma ou outra área ou, neste ano que é muito especial, em termos de subida do défice», disse hoje o Presidente da República em Sagres, durante a sua visita ao concelho de Vila do Bispo.

«O défice é muito importante, mas se for provado que, efetivamente, é preciso mais uns tantos zero vírgula qualquer por cento pela urgência de reforço do orçamento da saúde e os partidos entenderem que assim deve ser, pois assim deve ser», acrescentou.

O chefe de Estado citou mesmo o anterior Presidente Jorge Sampaio ao dizer: «a vida nem começa nem acaba no défice».
Numa altura em que o orçamento para 2021 «está em cima da mesa» e em que já se sabe que a pandemia «ainda vai sobrar para o ano que vem», é preciso responder à questão concreta sobre se «há profissionais em número suficiente, sim ou não».

É que, salientou o Presidente da República, «não basta haver ventiladores, é preciso haver equipas que assegurem os cuidados intensivos com esses ventiladores».

No entanto, avisou, «este é um debate e uma discussão que tem de ser feita serenamente».

Quanto aos profissionais de saúde, Marcelo Rebelo de Sousa recordou que «muitos deles» estão «cansados e esgotados», porque estão «nisto há muitos meses e sabem que vão continuar nisto muitos meses também».

A partir da próxima semana, o Presidente vai iniciar consultas com várias personalidades da área da saúde, começando pela ministra Marta Temido, mas incluindo também o atual e os ex-bastonários da Ordem dos Médicos, outros bastonários dos setores ligados à saúde, ex-ministros do setor, sindicatos e confederações sindicais e patronais. Também o «setor económico e social» será ouvido. Serão «duas ou três semanas muito importantes», assegurou.

No final desta ronda alargada de consultas, o chefe de Estado disse que gostaria de encontrar um «consenso de pontos de vista», quer «quanto à evolução da pandemia e das medidas para a enfrentar», quer quanto a «um equilíbrio entre a preocupação com a vida e a saúde e a não paragem radical da economia e da sociedade portuguesa».

 

Ajude-nos a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)
Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 

 



Comentários

pub