A forma como os turistas portugueses vieram de férias para o Algarve é um dos «aspetos positivos» que o Presidente da República constatou na região durante as 16 visitas que fez, desde inícios de Julho, a outros tantos municípios algarvios e que este sábado terminaram, no concelho de Vila do Bispo.
O ciclo de 16 visitas que Marcelo Rebelo de Sousa fez ao longo de todo o Verão, com o objetivo de «puxar pelo Algarve», reunindo-se com os autarcas, empresários e dirigentes de IPSS, foi inteiramente justificado. É que a região algarvia, demasiado dependente do turismo, viveu o seu Verão mais negro de sempre. «Olha-se para os números do desemprego e o Algarve é, de longe, a região do país onde o desemprego mais subiu, por causa da paragem do turismo», sublinhou o chefe de Estado, no balanço que fez aos jornalistas.
O Presidente destacou os «aspetos positivos e aspetos menos positivos» que encontrou ao longo destas suas deslocações de trabalho à região algarvia.
Do lado dos aspetos positivos, começou por salientar «a unidade que encontrei entre autarcas de todo o Algarve, que convergiram, desde o início e sem exceção, até ao presente, na estratégia a adotar».
O segundo aspeto positivo é, na opinião de Marcelo, «o facto de ser possível haver uma ponte entre a administração central e o poder local».
Em relação ao turismo e à atividade económica regional, apesar de ter andado muito longe de anos anteriores, o Presidente da República considerou que acabou por ser melhor do que se esperava. Por isso, considerou, como «terceiro ponto positivo», o facto de «partir-se de zero ou quase zero e ter sido possível ter uma evolução, nuns casos mais positiva, noutros menos, mas genericamente superior àquilo que se temia» em finais de Maio, princípios de Junho.
Para mais, garantiu Marcelo Rebelo de Sousa, «uma parte dessa evolução não foi perdida. Há sempre uma quebra no fim de Agosto, em Setembro ou depois na transição para Outubro. Apesar de tudo, encontra-se em vários municípios uma dinâmica que continua. Mais fraca do que foi em Agosto ou em Setembro, mas continua».
É neste âmbito que o chefe de Estado considera positiva a «grande resposta do turismo português», que aconteceu durante o Verão, mas ainda «continua a haver». Admitindo que «não chega» para suprir as enormes quebras do turismo no Algarve, o Presidente considera, ainda assim, que essa ajuda dos turistas do resto do país foi positiva.
O Presidente considerou também «o facto de, sobretudo no caso do mercado britânico, e depois noutros mercados de forma menos sensível, ter havido avanços e recuos» como um dos «pontos menos positivos» que detetou no Algarve durante as suas visitas ao longo de todo o Verão e que só agora terminam.
A questão é que esses «recuos», nomeadamente com o Reino Unido voltando a incluir Portugal (e o Algarve) na lista negra de destinos turísticos por causa dos números da Covid-19, significaram, «em muitos casos, uma paragem na evolução que estava a ser francamente animadora».
Além do desemprego já referido, dado que Marcelo classificou como «o menos positivo de tudo», houve ainda outro aspeto negativo destacado: o facto de «se ter a noção que a pandemia vai ser mais longa». Por isso, «os autarcas, o setor turístico, patrões e trabalhadores, já estão a dizer: até ao fim da Primavera temos de lidar com esta realidade».
Fazendo um balanço final sobre este ciclo de 16 visitas de apoio ao Algarve, o Presidente da República concluiu: «o saldo foi melhor do que eu, em Junho, pensava. É evidente que fica muito aquém daquilo que foi em anos anteriores e daquilo que nós desejaríamos e desejamos para os anos seguintes».
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