Famílias carenciadas de Faro terão acesso a novas hortas sociais no início de 2021

Protocolo entre a Direção Regional de Agricultura e a Câmara de Faro foi assinado hoje

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

O primeiro e mais importante passo, a assinatura do protocolo entre a Câmara de Faro e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve (Drapalg) para cedência de um terreno para instalação de hortas sociais, foi dado hoje.

Agora, falta acertar pormenores e preparar o espaço para que cerca de 50 famílias carenciadas farenses possam começar a trabalhar a terra e a produzir «a partir do início do próximo ano».

Hoje de manhã, Pedro Valadas Monteiro, diretor regional de Agricultura, e Rogério Bacalhau, presidente da Câmara de Faro, assinaram o documento que determina que a autarquia passará a gerir, por tempo indeterminado, um terreno com cerca de 2500 metros quadrados, dentro do complexo da direção regional, no Patacão, em Faro.

Como o Sul Informação avançou em primeira mão, a Câmara de Faro decidiu «alargar a malha e chegar a mais famílias» e criar mais talhões para hortas sociais no concelho, que se juntarão às que já existem na Vila-Adentro.

Para isso, a autarquia lançou o repto à Drapalg para cedência de um terreno no Patacão, que foi aceite e mereceu o aval do Ministério da Agricultura.

Afinal, esta vertente social há muito que tem lugar na direção regional.

 

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

 

«Começámos há muitos anos com a ASMAL, que tinha aqui um centro de formação de terapia ocupacional. Atualmente também temos um protocolo com o Banco Alimentar Contra a Fome, que está a produzir num terreno que fica exatamente em frente do que cedemos hoje», explicou Pedro Valadas Monteiro, à margem da sessão.

Um dos requisitos do protocolo hoje assinado «é que as culturas têm de ser conduzidas segundo o método de produção biológico».

«Por outro lado, vamos sensibilizar e dar condições para que os próprios resíduos e sub-produtos da atividade agrícola possam ser alvo de compostagem, para estimular a circularidade do processo de produção», acrescentou o diretor regional de Agricultura.

Os beneficiários vão ter apoio na parte técnica e tecnológica, da parte de técnicos especializados.

«Como nós sabemos, muitas das pessoas que ficam com estes talhões têm pouca familiaridade com a atividade agrícola e precisam de ter alguma formação. Por outro lado, é preciso um apoio técnico constante», enquadrou Pedro Valadas Monteiro.

Os técnicos da direção regional «estarão, obviamente, disponíveis para dar esse apoio técnico, mas também formação, que permita dotar as pessoas dos conhecimentos e das ferramentas necessárias».

 

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

Antes de chegar a este ponto, há que escolher a quem serão atribuídos os talhões. Algo que depende do regulamento desta novo espaço de hortas sociais, que está a ser ultimado e que será apresentado «na próxima reunião de Câmara», segundo Rogério Bacalhau.

«Neste momento, os nossos serviços estão a organizar aquele espaço, dividindo-o em talhões e criando as condições para que as pessoas possam circular entre as diferentes parcelas sem ter de atravessar os espaços dos outros», revelou o presidente da Câmara de Faro.

Apesar de ainda não ter sido estipulado o número exato de talhões, o edil farense estima que sejam «cerca de 50».

«Este projeto vai ficar pronto até final do mês. Depois, ainda teremos de proceder à vedação do espaço, para criar condições de separação do resto dos terrenos da DRAP. Terá uma porta própria e regras para que as pessoas apenas usem aquele espaço», acrescentou Rogério Bacalhau.

Quanto ao apoio dos técnicos da direção regional, é visto como sendo muito importante, pelo presidente da Câmara.

«Nós já temos uma horta social a funcionar. A maior parte das pessoas que ali exploram talhões já tinham ligação à terra, porque têm familiares no campo, pelo que têm alguma experiência de agricultura. Aqui, temos a vantagem de contar com a ajuda de técnicos da DRAP, pelo que, mesmo pessoas que nunca tiveram qualquer contacto com a agricultura, poderão vir para aqui», disse.

«Esperemos que até final do ano tenhamos tudo preparado, para que o projeto possa arrancar no início de 2021», rematou Rogério Bacalhau.

 

Fotos: Flávio Costa | Sul Informação

 

 

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