Escola de Hotelaria do Algarve com “casa cheia” e cuidados redobrados no novo ano letivo

Covid-19 não impediu que as escolas do Turismo de Portugal espalhadas pelo país tivessem, em geral, um aumento de alunos

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

A Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA) começou o ano com 19 turmas e novas estratégias educativas, a pensar na pandemia, que passam por privilegiar o ensino à distância, sempre que possível, e por aulas práticas «em espelho», com os alunos a revezar-se para marcar presença física na escola.

A aula inaugural do ano letivo 2020/21, nas escolas do Turismo de Portugal, foi proferida por Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, por Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, e por Paula Vicente, diretora da escola anfitriã, a partir da EHTA, em Faro, na quarta-feira.

Como acontecerá ao longo do ano letivo, na sala em que a aula foi proferida estavam poucas pessoas, somente as que tinham de estar. O restante público assistiu à sessão remotamente e em direto, através de streaming.

Esta lógica, explicou ao Sul Informação Paula Vicente, é para continuar.

«Nós estamos muito ansiosos e preparados para receber os novos alunos. Vamos ter 19 turmas, ou seja, todas as turmas que nos tínhamos proposto abrir, uma vez que houve a procura suficiente.  Estamos a organizar o ano letivo de maneira a termos todas as condições para que todas as medidas de higiene e segurança sejam asseguradas», revelou a diretora da EHTA.

 

Paula Vicente – Foto: Flávio Costa | Sul Informação

 

Ao todo, a escola contará, este ano letivo, com um «universo de 310 a 315 alunos», a que se juntam os professores e funcionários.

«Vamos trazer as turmas à escola em espelho. Ou seja, vamos dividi-las. 15 dias vêm 10 turmas, nos outros 15 dias vêm 9. Enquanto umas estão em regime presencial, outras estão em regime online», explicou Paula Vicente.

A ideia é «dar resposta a todos em simultâneo, mas com segurança, e só assim é que é possível».

«Quando estamos a falar de cursos práticos de cozinha, de restaurante, em que os grupos são relativamente grandes – há turmas de 25 alunos -, temos mesmo de ter espaço e condições seguras para eles. Desta forma, optámos por esta modalidade», reforçou a diretora da EHTA.

Esta estratégia já foi, de resto, testada com sucesso «em Junho e Julho, quando voltámos à escola». Nessa altura, os alunos foram «super ordeiros e cumpridores das regras».

«Vamos ter, também, muitos alunos na nossa residência escolar. Nós temos um internato para os alunos que são de mais longe, também temos esse cuidado para que eles estejam cá, porque as famílias confiam em nós e nós queremos dar-lhes esse reforço de que vai correr tudo bem. O nosso refeitório, o nosso restaurante de aplicação, toda a escola está reinventada , repensada para os receber», concluiu Paula Vicente.

No caso da escola algarvia, a quantidade de alunos está em linha com os anos anteriores, já que a procura pelos cursos ali ministrados é muito elevada, tendo em conta a predominância do turismo na economia regional.

 

Rita Marques – Foto: Flávio Costa | Sul Informação

 

Mas a tendência, a nível nacional, foi de um crescimento da procura da formação oferecida nas escolas que o Turismo de Portugal tem espalhadas pelo país.

«Tivemos um aumento de cerca de 12% face aos números do ano passado. Teremos este ano letivo 2020/2021, 3150 alunos connosco. E é muito importante passar esta mensagem de esperança junto dos jovens, o turismo há de voltar. Estamos confiantes que assim seja. Tudo aquilo que nos distinguiu enquanto melhor destino de turismo do mundo continua cá e, portanto, cabe-nos a nós resolver a questão de segurança sanitária, para que o turismo possa ressurgir com toda a força», disse ao Sul informação Rita Marques.

A governante admitiu que a escolha da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve para lançar oficialmente o ano letivo, neste ano marcado pela pandemia e por uma crise que afetou fortemente o setor turístico, não foi inocente.

«Nós estamos a celebrar a semana do turismo. O dia mundial do turismo celebrou-se no passado, dia 27 e entendemos por bem ter ações emblemáticas em vários territórios, e também aqui no Algarve. E no Algarve fazia todo o sentido continuarmos a fazer uma aposta grande nos recursos humanos, dando aqui uma nota de esperança aos nossos jovens. Razão pela qual estou orgulhosamente cá na escola de turismo de Faro», afirmou a secretária de Estado do Turismo.

Antes, durante a aula inaugural, Luís Araújo recordou que esteve nesta mesma escola há quatro anos e que traçou, na altura, um conjunto de metas para o quadriénio seguinte, que iam desde o aumento do número de alunos nas escolas de todo o país e um incremento da empregabilidade dos estudantes formados.

 

Luís Araújo – Foto: Flávio Costa | Sul Informação

 

No que toca aos novos alunos, a meta era atingir os 4 mil por ano, em 2020. A subida aconteceu, ainda que não aquela preconizada,  e foi acompanhada de uma forte procura da formação digital, que no ano letivo passado chegou a «58 mil pessoas».

Já no campo da empregabilidade, a meta, que era de 90%, foi ultrapassada, com a taxa de atividade de ex-alunos das escolas do Turismo de Portugal a fixar-se, atualmente, «em 97%».

Para o ano letivo de 2020/21, foi promovido o reforço da oferta formativa, com uma maior aposta nas áreas do Turismo de Natureza, Turismo Cultural e Património e do Enoturismo, e a abertura de novos cursos de Turismo de Saúde e Bem Estar, Escanção Avançado/Sommelier e Turismo de Luxo

Também foi possível recuperar cursos, nomeadamente o de Food&Beverage Management «que já não abria há três anos, por falta de candidatos», segundo o presidente do Turismo de Portugal.

 

 

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