Detetados 14 casos de Covid-19 entre equipas da Fórmula 1 que estiveram em Portimão

Delegada regional de Saúde admite que houve erros durante o Grande Prémio que devem ser corrigidos para o MotoGP

Houve 14 casos confirmados de Covid-19 entre membros de equipas de Fórmula 1, que estiveram em Portimão, para o Grande Prémio de Portugal. A informação foi adiantada hoje por Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, na conferência de imprensa de balanço da situação epidemiológica no Algarve.

Segundo a responsável, os casos identificados são todos de «estrangeiros, membros de equipas que vieram trabalhar para a Fórmula 1». Todas estas pessoas ficaram em isolamento, depois de terem testado positivo.

A maioria dos casos foi detetada pelas próprias equipas de testagem «que faziam parte do plano de contingência do evento», instaladas no Autódromo, mas houve ainda «outros que, devido à sintomatologia, recorreram aos serviços de saúde».

Estas infeções, segundo Ana Cristina Guerreiro, foram detetadas entre os dias 20 e 29 de Outubro. No total, foram feitos mais de 3000 testes ao staff envolvido nas várias bolhas da Fórmula 1.

Para já, não há casos conhecidos entre o público do evento e a delegada regional de Saúde diz que, caso isso aconteça, «temos forma de saber os contactos próximos durante a prova, porque foi pedido à organização a identidade das pessoas nos lugares da bancada».

Ainda assim, admite Ana Cristina Guerreiro, «com a recolocação do público, de sábado para domingo, principalmente na bancada de Portimão 1 e 2, pode não ser possível».

Esta alteração de lugares foi uma das situações que, para a responsável, «não funcionou muito bem. O plano foi feito com bilhetes numerados, mas as pessoas tinham a tendência de subir para ter uma melhor visibilidade. Depois, o facto de ser necessário recolocar outras pessoas, criou concentração em algumas bancadas».

Imagem da aglomeração de público divulgada nas redes sociais

Outra questão que correu mal é que «constatámos que os vigilantes solicitavam que as pessoas colocassem bem as máscaras, mas eram pouco firmes e exigentes. Devia ter havido um maior rigor».

Para a prova de MotoGP, que está marcada para o fim de semana de 22 de Novembro, a delegada de saúde regional acredita que «isso poderá ser melhorado e corrigido com uma vigilância mais apertada».

Apesar de explicar que não será seu o parecer técnico sobre as medidas a adotar para o MotoGP, mas sim da Direção-Geral de Saúde (DGS), Ana Cristina Guerreiro admite que, caso seja necessário, «pode ser reduzido o limite de público, a percentagem de lugares sentados. Não haver, de todo, público, se a situação piorar bastante, também pode fazer sentido», admitiu.

Um cenário que António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve – espera que não aconteça. «A Fórmula 1 e o MotoGP são importantes para a economia. Estes eventos são âncora e vamos fazendo por tentativa e erro. Só na próxima semana será possível avaliar efeito de transmissão entre o público. No entanto, precisamos que a economia funcione. Houve alguns erros e essas lições terão que ser aprendidas e corrigidas no próximo. Esperamos que o MotoGP exista e com público».

Sobre as imagens que circularam da aglomeração de público durante a Fórmula 1, António Pina queixou-se «do ângulo» de onde foram tiradas as fotos. «De lado parecia uma coisa mas, pelas imagens aéreas, via-se que não era assim. É preciso algum cuidado com a forma como comunicamos. Ainda assim, não posso dizer que tudo correu bem e há uma aprendizagem a fazer», considerou.

 

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