Portugal Masters em Golfe: Só Ricardo Melo Gouveia subiu e há um novo líder em Vilamoura

O vento dificultou a vida a todos. Hoje é o último dia do torneio

Ricardo Melo Gouveia passou a ser o melhor português após a terceira volta – Foto: Getty Images (MR)

O sul-africano George Cotzee é o novo líder do Portugal Masters em golfe, que se está a disputar no Dom Pedro Victoria Golf Course, em Vilamoura, depois das condições deste sábado terem sido alteradas pelo vento, que também empurrou os portugueses para o fundo da tabela.

Dos três portugueses que passaram o cut (igualando o recorde nacional de portugueses nas duas últimas jornadas), só Ricardo Melo Gouveia melhorou a sua classificação, ascendendo de 56.º para 40.º, empatado com mais oito jogadores, com 210 pancadas, 3 abaixo do Par, depois de um terceiro cartão de 69 (-2).

O atleta olímpico passou a ser, assim, o melhor português em prova, até porque, como este sábado saiu mais cedo, só começou a apanhar o vento mais forte nos dois últimos buracos, enquanto Santos e Bessa estiveram mais de metade da volta sob ventania.

«Nos primeiros nove buracos não entrei bem e estive algo errático do tee, mas nos segundos nove já impus o meu jogo e tive bastantes oportunidades. Foi pena ter, mais uma vez, falhado um ou outro putt. O facto de não ter jogado tão bem nos primeiros nove e depois ter recuperado com alguns birdies dá-me confiança para amanhã [hoje]. Acho que uma volta de -4 ou de -5 está muito perto», comentou Ricardo Melo Gouveia.

 

Tomás Bessa na terceira volta, mostra bem o que é sair do rough este ano – Foto: Getty Images (MR)

Tomás Bessa, que era 26.º classificado na sexta-feira, tombou este sábado para 65.º, empatado com o espanhol Pablo Larrazábal, consequência de uma ronda em 75 pancadas, 4 acima do Par.

O campeão nacional era dos jogadores que tinham batido o Par nas duas primeiras voltas (o único português), mas essa elite ficou este sábado reduzida a dez dos 70 jogadores que passaram o cut.

 

George Cotzee o líder do Portugal Masters após a 3.ª volta – Foto: Getty Images-European Tour (MR)

Um deles é George Coetzee, que assumiu o comando com 202 pancadas, 11 abaixo do Par, após entregar cartões de 60, 70 e 65, dispondo agora de 1 ‘shot’ de vantagem sobre o anterior líder, o francês Julien Guérrier (62, 66 e 75). Ou seja, Guérrier fez hoje um resultado igual ao de Tomás Bessa.

«Desde que vi aqui a primeira vez que gostei de jogar neste campo. Acho que a estratégia é bem simples. Não é preciso pensar demasiado e basta jogar o campo como ele foi desenhado para tal. Já tive uma boa dose de sorte neste campo ao longo dos anos», disse o sul-africano de 34 anos, que está em boa forma.

Com efeito, ganhou no domingo passado um torneio do Sunshine Tour no seu país e hoje terminou com eagle-birdie, quase fazendo um albatroz no buraco 17.

Mas voltando aos portugueses: Ricardo Santos (69+71+72), que ocupava a 40.ª posição, caiu para a 56.ª, empatado com outros seis jogadores com 212 pancadas, 1 abaixo do Par, entre os quais o campeão do Portugal Masters no ano passado, o inglês Steven Brown (68+70+74), sendo que o n.º1 português no ranking mundial até jogou melhor hoje do que o detentor do título.

No final da sua prestação, Ricardo Santos disse: «não estive tão bem do tee, sobretudo nos segundos nove buracos e só consegui acertar dois fairways. O vento começou a soprar na zona do campo em que temos mais opções de birdie, mas, para isso, seria preciso meter a bola no fairway e não foi o caso. (…) Isso deixou-me um pouco frustrado, porque, já ontem tinha acontecido o mesmo, sempre que falho fico com a bola enterrada no rough e é impossível controlá-la, não podendo atacar o green».

 

Ricardo Santos na terceira volta, com o caddie Pedro Tomé – Foto: Getty Images (MR)

Por seu lado, Tomás Bessa acrescentou: «foi um dia difícil, estive mal em termos de distâncias com os wedges. O primeiro shot esteve razoável, mas as bandeiras estavam hoje um bocadinho mais difíceis e paguei caro por ter dado maus shots ao green. (…) Mas foi uma volta que gostei muito de jogar. Nunca tinha estado numa formação de apenas dois jogadores e o ritmo de jogo é diferente. Foi muito bom estar a jogar no fim de semana e ter oportunidade de amanhã subir na classificação».

De acordo com os serviços de meteorologia do European Tour, a média de velocidade do vento andou, nesta terceira volta, nos 20 quilómetros por hora. O tempo está a mudar e este domingo, para o último dia de prova, a previsão aponta para rajadas de 40 Km/h.

Para tentar tornear a situação, a organização solicitou ao greenkeeper Rui Grave que tornasse os greens um pouco mais lentos, como o próprio informou numa entrevista concedida à SportTV, a televisão oficial deste torneio de um milhão de euros em prémios monetários.

E, de facto, Romeu Gonçalves, o diretor do campo de golfe desenhado pelo saudoso Arnold Palmer, confirmou que a velocidade desceu de 12,8 de ontem para 12 hoje, sendo previsível que amanhã possa cair ainda mais para 11,5 ou mesmo 11.

As condições de jogo bem diferentes apresentaram aos jogadores um problema completamente diferente. Veja-se o caso do líder no final da sexta-feira, que tinha feito voltas de 9 abaixo do Par e de 5 abaixo do Par, teve, desta feita, de contentar-se com uma terceira jornada de 4 acima do Par. E se no primeiro dia não tinha sofrido um único bogey, ontem não converteu qualquer birdie.

Para que se perceba bem como o Dom Pedro Victoria Golf Course se tornou num “bicho” distinto, repare-se nestes números: a volta de -2 de Ricardo Melo Gouveia seria apenas razoável nos dois primeiros dias, mas este sábado só houve 18 jogadores a fazerem melhor do que ele entre os 70 que estiveram em campo.

Ontem concretizaram-se apenas seis eagles, mas na primeira volta tinham sido 12 mais 1 albatroz, e na segunda ronda 13 eagles e 2 holes-in-one.

Nas duas primeiras voltas, houve 10 buracos a terem uma média de pancadas abaixo do Par, no somatório de todos os jogadores; e houve também oito buracos com uma média superior ao Par. Pois bem, ontem só oito buracos alcançaram uma média inferior ao Par e houve ainda outros dois buracos em que a média igualou o Par. Isto quer dizer que, em quatro buracos, os resultados foram mais difíceis do que nos dias anteriores – quatro em 18, ou seja, mais de 22 por cento dos buracos do campo ficaram mais complicados.

O 14.º Portugal Masters conclui-se este domingo a partir das 7h45, só com saídas do buraco 1, com grupos de dois jogadores em vez de três, saindo a última formação às 13h40.

Tomás Bessa sai às 8h05 com o espanhol Pablo Larrazábal, campeão de cinco torneios do European Tour, um deles já esta época, logo em dezembro, na África do Sul; Ricardo Santos arranca às 8h25 com o italiano Guido Migliozzi, um ex-vencedor do Campeonato Internacional Amador de Portugal que, como profissional, já conquistou dois títulos do European Tour no ano passado, na última semana foi 6.º em Valderrama e ontem jogou ao lado de Tomás Bessa; Ricardo Melo Gouveia começa a sua última volta às 10h20 com o inglês Matthew Jordan, recente 3.º classificado no Open do País de Gales.

 

As classificações dos jogadores portugueses após a terceira volta foram as seguintes:

40.º (empatado) Ricardo Melo Gouveia, 210 (69+72+69), -3
56.º (empatado) Ricardo Santos, 212 (69+71+72), -1
65.º (empatado) Tomás Bessa, 213 (68+70+75), Par
Cut falhado
71.º (empatado) Filipe Lima, 142 (69+73), Par
81.º (empatado) Vítor Londot Lopes, 143 (71+72), +1
113.º (empatado) Pedro Figueiredo, 148 (72+76), +6
121.º (empatado) Pedro Lencart (amador), 149 (72+77), +7
131.º Miguel Gaspar, 156 (82+74), +14

 



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