Novo ano letivo será «um dos mais complexos e exigentes da nossa história»

Secretária de Estado da Educação diz que fechar escolas é o último recurso

Foto: Flávio Costa|Sul Informação

O ano letivo 2020/2021 será «um dos mais complexos e exigentes da nossa história». Quem o diz é Susana Amador, secretária de Estado da Educação, que considera que a «experiência acumulada» no Algarve e no país, em Maio, quando foram reabertas as escolas, deixa boas indicações para o regresso de mais de 1,2 milhões de alunos às salas de aula, a partir de segunda-feira, dia 14.

A governante, em declarações ao Sul Informação, numa visita, esta sexta-feira, à Escola Básica 2,3 Poeta Bernardo de Passos, em São Brás de Alportel, realçou que «há experiência acumulada no Algarve e no país. É bom recordar que, no dia 18 de Maio, retomámos, em regime presencial, o 11º e 12º anos e, no dia 1 de Junho, o pré-escolar. Recomeçámos o ano letivo de novo, lidando com a pandemia. Era um universo menor, com 200 mil pessoas e agora o universo é de 1,2 milhões de alunos. Eram 500 escolas, agora são 5000, mas o contexto continua a ser o mesmo».

Susana Amador lembrou que «o que verificámos é que esse regresso decorreu com normalidade. Os exames realizaram-se e fizeram-se mais de 200 mil provas, sem que houvesse uma situação irregular. Não houve casos de transmissão de Covid-19. Milhares de alunos puderam fazer os seus exames com total tranquilidade».

Por isso, a secretária de Estado considera que é importante «dizer aos pais, famílias e comunidade educativa, que os tempos são adversos, que este será um dos anos letivos mais exigentes e complexos da nossa história, mas que temos já uma experiência acumulada e temos uma das melhores práticas europeias neste domínio».

Susana Amador, mas também Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, têm visitado as escolas em vários pontos do país, para ver in loco como está a decorrer a preparação do novo ano letivo.

No Algarve, além de São Brás de Alportel, a governante visitou, em Faro, a Escola Secundária Pinheiro e Rosa que, em Maio, no regresso ao regime presencial, teve de ativar o plano de contingência, devido a um caso positivo de uma funcionária.

«Aquilo que verificámos é que as escolas têm boas lideranças e, no âmbito da autonomia da escola, os diretores estão a adaptar os espaços, que são diferentes em cada escola. O Ministério da Educação, a DGEst (Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares) e a DGS, a 3 de Julho, fizeram as orientações para as escolas e os diretores de agrupamento de Norte a Sul receberam-nas, para organizar o espaço escolar. Receberam indicações para distribuir os alunos na sala de aulas, para trabalhar os refeitórios, sobre os espaços comuns, a higienização, o código etiqueta respiratória, os distanciamentos. A DGS deu também indicações espaços de isolamento e sobre os circuitos», disse.

Susana Amador explicou também ao nosso jornal que a opção por uma abertura presencial do ano letivo acontece «porque é isso que UNICEF recomenda, a UNESCO recomenda e as sociedades científicas recomendam. É isso que Portugal fará. O regime regra será o presencial e mudaremos de regime se houver alteração ou agravamento do estado de calamidade e indicações da DGS nesse sentido».

A DGS fez chegar, no dia 4 de Setembro, o referencial para a gestão de casos suspeitos, confirmados e de surtos que possam acontecer. «Esse documento define como a escola pode agir nestas situações. O que fica claro é que o encerramento é a última das medidas. A acontecer, tem de ser sempre feito por indicação da autoridade de saúde, que é a entidade competente em termos de saúde pública, ouvindo as autarquias e o diretor de agrupamento».

A secretária de Estado realçou que cada um «deve cumprir o seu papel» no novo ano letivo, lembrando ainda que os alunos vão receber «um kit com três máscaras para o 1º período. As máscaras são laváveis 25 vezes, numa lógica de sustentabilidade ambiental. Do ponto de vista proteção individual, está tudo preparado para receber os alunos e a comunidade educativa», garantiu.

A falta de funcionários nas escolas também foi, segundo a governante, acautelada. «Houve um reforço dos recursos humanos, há concursos a decorrer para pessoal não docente e renovámos todos os contrato. O último concurso para 1700 operacionais teve impacto no ano em curso e, também nesta área, temos condições para entrar no ano letivo com serenidade», concluiu.

 

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