Maria Aliete Galhoz morreu no passado domingo, 20 de Setembro, aos 91 anos. Nascida em Boliqueime, foi poetisa, ensaísta, investigadora literária e uma das pioneiras no estudo de Fernando Pessoa.
Licenciada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, foi professora do ensino secundário durante 19 anos. Investigadora do Instituto Nacional de Investigação Científica, publicou um Romanceiro Popular Português, em dois volumes (vol. I, Romances Tradicionais, 1987; vol. II, Romances Religiosos e Cantigas Narrativas, 1988).
Maria Aliete Galhoz fica ainda na história como estudiosa de poetas como Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro. A louletana foi mesmo responsável pela recolha e transcrição de textos da primeira versão impressa do “Livro do Desassossego”, de Fernando Pessoa (Bernardo Soares).
Como autora, publicou três livros de poesia: “Poeta Pobre” (1960), “Décima Quinta Matinal Esquecida – “Acto da Primavera” (1967) e “Poemas em Rosas” (1985).
Já em prosa publicou o livro de contos intitulado “Não Choreis Meus Olhos” (1971).
Toda esta vasta carreira fez com que tivesse recebido, a 4 de Novembro de 1996, o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade do Algarve.
De resto, a UAlg já decretou três dias de luto académica pela morte de Maria Aliete Galhoz que, em 1999, foi ainda condecorada com o grau honorífico de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique (1999).
Adriana Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve, também emitiu uma nota de pesar, lamentando o falecimento de Maria Aliete Galhoz, «destacada filóloga, reputada especialista em Literatura Oral e Tradicional» e «reconhecida como pioneira dos estudos pessoanos».
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