Ministro da Saúde britânico admite quarentena de novo para Portugal

Decisão será tomada esta sexta-feira

O ministro da Saúde britânico Matt Hancock admitiu, esta quinta-feira, 3 de Setembro, a possibilidade de Portugal ser de novo incluído na lista de países, cujos passageiros são obrigados a cumprir uma quarentena de duas semanas ao regressar ao Reino Unido.

«Estamos preparados para tomar decisões de colocar países individuais de volta na lista da quarentena, se for necessário, e mantemos isso em avaliação constante. As pessoas só devem viajar se estiverem preparadas para fazer quarentena se o vírus aumentar quando estiverem nesse país», afirmou à estação Sky News.

O aumento do número de casos de infeção em Portugal na última semana terá ultrapassado os 20 casos por 100.000 habitantes, de acordo com a imprensa britânica, um dos critérios usados por Londres para impor restrições sobre as viagens internacionais.

A própria ministra da Saúde portuguesa Marta Temido reconheceu na quarta-feira que os casos de Covid-19 estão a aumentar em Portugal e que existe um maior risco de transmissão da doença.

«Os números da nossa situação epidémica estão a subir. Estão a subir desde há uma semana e situam-se agora em cerca de 340 novos casos diários. Esta é uma realidade», afirmou na conferência de imprensa de atualização da situação da pandemia da Covid-19 em Portugal.

Portugal só foi incluído na lista dos países seguros – e portanto com “corredores de viagem” com o Reino Unido – há duas semanas, a 20 de Agosto, apesar da pressão do Governo português e do setor do turismo.

Hancock disse que a decisão seria tomada na sexta-feira, mas a revisão das medidas têm sido anunciadas à quinta-feira nas últimas semanas pelo ministro dos Transportes Grant Shapps.

A 27 de Agosto, o Governo britânico incluiu a Suíça, República Checa e Jamaica na lista de países sujeitos a quarentena de 14 dias e Cuba passou para a lista dos países isentos.

«A decisão de adicionar ou remover um país é feita cuidadosamente após investigação do Centro de Biossegurança Comum. Um indicador principal é o de 20 casos por 100 mil em sete dias, mas é tomado em consideração uma ampla gama de fatores, incluindo nível, taxa e velocidade de mudança em casos confirmados», justificou Shapps na altura.

A lista de “corredores de viagem” tem atualmente menos de 70 países e territórios, tendo sido excluídos desde Julho Croácia, Áustria e a ilha de Trinidade e Tobago, França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Grenadinas, Brunei e Malásia foram adicionados nas semanas anteriores.

De acordo com a imprensa britânica, além de Portugal, também a Grécia está em risco de ser adicionada à lista de países com necessidade de cumprir quarentena no resto do Reino Unido, seguindo a decisão tomada pela Escócia esta semana e em vigor desde hoje.

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