Loulé é um caso sério de aposta na transição energética a nível nacional

João Galamba visitou Loulé, um «excelente exemplo» da transição para energias limpas que o Governo quer ver operada em Portugal

Foto: Flávio Costa | Sul Informação

O Governo quer ver os municípios de todo o país a seguir  o «excelente exemplo» de Loulé na transição energética, afirmou o secretário de Estado da Energia, João Galamba, à margem de uma visita realizada ontem a este concelho algarvio, para ver in loco os muitos projetos que a autarquia louletana tem nesta área.

Loulé tem vindo a apostar forte nas energias renováveis, na produção própria e na eficiência energética, no âmbito de uma estratégia para a  transição energética dada a conhecer ontem por Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé.

O edil louletano lembrou os jornalistas, à margem do périplo que realizou pelo concelho, acompanhado pelo membro do Governo, que esta estratégia decorre do Plano Municipal de Adaptação às Alterações climáticas e que é uma grande aposta do município para atingir a meta de “carbono zero”, ou seja, compensar na totalidade todos os gases de efeito estufa que produz.

A parte mais visível desta estratégia, «que provavelmente não tem paralelo em Portugal», são as obras físicas, algumas já concluídas, outras em curso e mais algumas na calha.

Ontem, João Galamba ficou a conhecer o contributo que o Mercado de Loulé, as empresas municipais louletanas, nomeadamente a Inframoura, e um agrupamento de escolas do concelho já dão para a produção de energia limpa.

 

 

De caminho, assistiu à apresentação de uma plataforma inovadora de gestão da rede elétrica e monitorização de consumos dos pontos de acesso à rede da Câmara de Loulé, encomendada pela autarquia à empresa Algardata, sediada no concelho.

E, ainda a visita ia a meio, já João Galamba enchia a Câmara de Loulé de elogios.

«Dou os parabéns à Câmara de Loulé. (…) Queremos criar as condições para que aquilo que estamos a ver hoje em Loulé possa ser aprofundado e para que todo o país possa seguir o exemplo de Loulé e apostar fortemente na transição energética», afirmou o membro do Governo.

O secretário de Estado da Energia falou com os jornalistas à porta da escola EBI Sebastião Teixeira, em Salir, que foi pioneira a nível nacional na criação de uma comunidade energética escolar, através da instalação de uma central fotovoltaica com uma potência de ligação de 40 kW.

Para João Galamba, o projeto do Agrupamento Escolar Padre João Coelho Cabanita, de Loulé, ao qual a escola de Salir pertence, «é muito interessante, já que a transição energética necessita, de facto, do envolvimento e da participação das pessoas. Há aqui uma dimensão pedagógica, de formação de laços cívicos e de fortalecimento da comunidade».

«Dificilmente se poderia pensar numa ferramenta mais pedagógica que esta», ilustrou.

Isto porque o projeto envolve os pais, a comunidade escolar e os alunos,  e fá-los «perceber que a escola, hoje, produz eletricidade para satisfazer uma parte significativa das suas necessidades e que pode injetar na rede e receber receita por isso, criando um fundo que é a própria comunidade que discute onde quer aplicar».

«Mostra bem o potencial que nós sempre achámos que existia na transição energética», acrescentou o membro do Governo.

 

Monitorização da produção energética da EBI de Salir – Foto: Flávio Costa | Sul Informação

 

Por este e por outros investimentos que tem feito, Loulé «é um excelente exemplo de um concelho fortemente mobilizado para fazer o seu papel na transição energética, aproveitar os muito recursos endógenos existentes neste território e, não menos importante, envolver as pessoas».

João Galamba garantiu que  «o que o Governo quer é dar condições aos territórios para que eles tenham a iniciativa. Aquilo que temos estado a ver aqui hoje, em Loulé, é um excelente exemplo disso tudo: envolve escolas, IPSS e edifícios camarários».

Desta forma, tem dado incentivos financeiros para projetos na área da transição energética e promovido alterações à lei, para tornar mais apetecível a aposta nas energias limpas.

«No ano passado, em Outubro, já alterámos a legislação para facilitar os projetos de autoconsumo individual, coletivo ou das comunidades de energia, facilitando o licenciamento. Até certa potência, basta apenas uma comunicação prévia. Simplificámos muito o registo e o licenciamento», revelou o membro do Governo.

«Temos agora aberto um aviso para apoiar projetos de eficiência energética, que também inclui produção solar fotovoltaica e o solar térmico para águas sanitárias. Iremos dar uma grande prioridade à renovação de edifícios, à eficiência energética e às comunidades energéticas no próximo Quadro Comunitário de Apoio, com verbas direcionadas, por exemplo, para as escolas, mas também para empresas, particulares, Juntas de Freguesia e municípios», acrescentou.

E, apesar de não haver nenhum incentivo específico para o Algarve, João Galamba não tem dúvidas de que «esta oportunidade será amplamente aproveitada, aqui no Algarve», até porque os investimentos, nomeadamente no fotovoltaico, «se pagam muito depressa, bem mais rápido do que noutras regiões do país».

 

 

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