George Coetzee vence Portugal Masters, Ricardo Melo Gouveia foi o melhor português

Secretária de Estado do Turismo visitou a prova

O golfista sul-africano George Coetzee venceu este domingo, 13 de Setembro, o 14º Portugal Masters em Vilamoura. Ricardo Melo Gouveia foi o melhor português.

Esta foi uma edição condicionada pelo contexto de pandemia da Covid-19, realizada à porta fechada.

«Nunca me apanharão a dizer nada de mal de Portugal. Em primeiro lugar, tem ótimas ondas, eu adoro o oceano, e tem sempre bons campos de golfe. RUma das melhores coisas de Portugal são as pessoas, pelo modo como tratam e recebem quem os visita», disse o sul-africano, de 34 anos, que ganhou o torneio que queria ter no seu palmarés «desde 2010».

Após três top ten em participações anteriores no mais importante torneio de golfe português (3º em 2011, 6º em 2012 e 7º em 2017), George Coetzee somou aqui o seu quinto título do European Tour e o primeiro desde 2018.

«Estou muito surpreendido em vencer duas semanas seguidas», acrescentou o jogador que totalizou 268
pancadas, 16 abaixo do Par, após voltas de 66, 70, 66 e 66, embolsando um prémio de 156.825 euros, do total de um milhão que esteve em jogo no Dom Pedro Victoria Golf Course.

George Coetzee, sempre sorridente, avisou que agora…vai «procurar uma praia para surfar, talvez não no Algarve, mas onde as ondas forem melhores».

O primeiro sul-africano a vencer o Portugal Masters bateu por 2 pancadas o inglês Laurie Canter, autor de voltas de 64, 72, 68 e 66, arrecadando 101.475 euros. A grande figura do torneio foi o inglês Tommy Fleetwood. O nº16 do ranking mundial reencontrou a sua forma, terminando em 3º (cartões de 68, 71, 68 e 64), a três pancadas do campeão, empatado com o sueco Joakim Lagergren (69+69+68+65), recebendo cada um 52. 121 euros.

O melhor português foi Ricardo Melo Gouveia pela sexta vez na sua carreira. O alteta olímpico terminou no grupo dos 36º classificados, com 280 pancadas, 4 abaixo do Par, após rondas de 69, 72, 69 e 70, garantindo um prémio de 5.904 euros. Melo Gouveia esteve na luta por um top-20 até ao último buraco, onde a pancada de saída foi parar à água, custando-lhe um duplo-bogey.

 

Ricardo Melo Gouveia: Photo by Luke Walker | Getty Images

 

«De onde venho e com a quantidade de competição que tenho vindo a ter, é difícil chegar aqui e fazer um grande resultado, mas o ritmo competitivo está a melhorar. Vou ter mais duas, três semanas e o meu jogo irá melhorar cada vez mais», disse Ricardo Melo Gouveia, que já foi 5º em 2017, mas que sentiu uma quebra de forma durante todo o ano de 2019 e em 2020 pouco tem competido.

Ricardo Santos encerrou a prova no grupo dos 50º posicionados, a sua segunda melhor classificação de sempre, depois do 16º lugar de 2012, desta feita com 282 pancadas, dois abaixo do Par, somando resultados de 69, 71, 72 e 70, que assegurou-lhe um prémio de 3.390 euros.

O birdie no último buraco, o seu segundo birdie da semana no 18, mostrou que um dos aspetos mais positivos desta sua prestação foi ter acertado contas com esse mesmo buraco.

«Esses fantasmas que eu tinha, no 18 e também alguns no 7, foram ultrapassados esta semana. Espero também ultrapassar outros para melhorar em todos os aspetos e voltar mais forte no próximo ano. Saio daqui com a sensação de que o meu jogo está relativamente sólido», disse.

Tomás Bessa, que chegou a andar no top-30 a meio da prova, fechou a contagem no 64º lugar, empatado com dois jogadores, entre os quais campeão do ano passado, o inglês Steven Brown. O campeão nacional totalizou 285 pancadas, um acima do Par, depois de voltas de 68, 70, 75 e 72, equivalente a um cheque de 2.214 euros.

Não conseguiu um agregado abaixo do par como desejava, mas nem por isso deixou de apreciar o recorde pessoal: «É um momento muito alto, é a primeira vez que passo o cut num torneio do European Tour. Obviamente que sonho com mais e melhor, e quero fazer já melhor na próxima semana no Open de Portugal. Sinto que tenho hipóteses de fazê-lo porque o meu jogo está a ficar melhor e, com a experiência que tive neste fim de semana, certamente que saberei gerir melhor da próxima vez que me deparar com esta situação».

Os três jogadores portugueses que passaram o cut e o campeão do Portugal Masters prosseguem todos para o Open de Portugal at Royal Óbidos, que começa já na próxima quinta-feira.

A capacidade do European Tour em realizar em Portugal competições consecutivas com mais de cem participantes cada uma, foi motivo de elogio de Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, que visitou o torneio do “seu” Turismo de Portugal.

«Há uns meses pensámos que isto não seria possível. Obrigado por confiarem que Portugal estaria à altura de uma tarefa tão complicada», disse a governante.

«E, mesmo sem público, houve muita gente a seguir-nos nas transmissões televisivas pelo Mundo fora», acrescentou, dirigindo-se a Peter Adams, o diretor de Campeonatos do European Tour, que escolheu o Portugal Masters para se reformar.

Com efeito, David Williams, o presidente (Chairman) do Conselho de Administração do European Tour, também no seu discurso, sublinhou que «Portugal realizou em primeira mão o primeiro Pro- Am desde a retoma do circuito.

«Foi desafiador levar a cabo o torneio nestas circunstâncias. Este é um evento muito especial no nosso calendário e a nossa mensagem para o Mundo é que sentimo-nos muito em segurança em Portugal», disse.

O novo campeão do Portugal Masters, que até se casou recentemente, pegou então na palavra para reforçar essa mesma mensagem: «sinceramente, pensei que este ano não iríamos jogar mais golfe. Tinha dito à minha mulher que iríamos ficar em casa. Vocês fizeram um trabalho fabuloso para que pudessemos sentir-nos seguros dentro desta bolha», concluiu.

 



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