FICLO tem mais uns dias para contestar decisão do ICA que o deixou fora do apoio a festivais de cinema

Até 8 de Setembro, decorre a «audiência de interessados»

Débora Mateus – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

O Festival Internacional de Cinema e Literatura de Olhão (FICLO) corre o risco de acabar, uma vez que foi rejeitado pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) do concurso para o Apoio à Exibição em Festivais e Circuitos Alternativos. A decisão é contestada pela organização que ainda espera ver a situação revertida. 

Em declarações ao Sul Informação, Débora Mateus, uma das organizadoras do FICLO, admitiu que, caso esse apoio não chegue, o festival «poderá ter de acabar», por falta de sustentabilidade financeira.

«Há esse risco porque este é um apoio monetário para as futuras edições do FICLO, por três anos, que permitiria respirar um bocado e assentar o festival», explicou.

O FICLO concorreu à linha de Apoio à Exibição em Festivais e Circuitos Alternativos, mas recebeu, «com grande desilusão», a notícia de que tinha sido excluído.

«Para se concorrer a este apoio, é preciso ter duas edições realizadas, o que nós já temos. Precisamos, também, em concelhos com menos de 100 mil habitantes, como é o caso de Olhão, de ter, pelo menos, 2500 espectadores», explicou Débora Mateus.

 

 

Ora, apesar de, em Março, ter sido adiado devido à pandemia, «ainda foi possível fazer as sessões do serviço educativo do FICLO, logo no início de Março. Com isso, e com os espectadores de Julho, quando se realizou o festival, ultrapassámos os 2500 espectadores, mas o ICA diz que, no site, apenas estão as datas de Julho e, por isso, só contam esses números. É essa a justificação», contou a organizadora ao nosso jornal.

Agora, até 8 de Setembro, decorre a «audiência de interessados» e o FICLO garante que vai «responder ao Instituto do Cinema e do Audiovisual».

«Vamos explicar porque achamos que devem contabilizar os números de Março. Isto foi uma questão de força maior que ninguém pôde controlar. Os festivais que já estão apoiados pelo ICA alteraram uma série de regulamentos, por isso não achamos correto que não nos contem os números de Março», considerou Débora Mateus.

É que o FICLO até foi o primeiro festival de cinema «pós-confinamento a nível internacional», numa edição que «resultou em sucesso, de organização e afluência, erguida no cumprimento escrupuloso das medidas de contenção aplicadas ao setor».

Da parte do ICA, a organização do festival espera agora «uma resposta positiva».

«A esperança estará até ao fim e vamos fazer tudo o que é possível para manter o festival. No Algarve, acontece pouca coisa e achamos que devem existir eventos como este», concluiu Débora Mateus.

 

 

 

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