Deputados socialistas algarvios questionam ministro Pedro Nuno Santos devido à degradação dos CTT

«No Algarve, desde meados de Março, o atraso na distribuição de correspondência chega a ser de 15 dias», lamenta Célia Paz

Foto de arquivo

Os deputados algarvios do PS questionaram Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação,  sobre a «degradação dos serviços dos CTT desde a sua privatização» que tem levado ao encerramento de postos como o de Vila Nova de Cacela, em Vila Real de Santo António.

Os deputados do PS lamentam a realidade atual dos CTT, «uma empresa que tem à sua responsabilidade um serviço público de extrema importância para o país», apontando a degradação do serviço prestado e das condições de trabalho desde a privatização e a continuada redução de estações de correios, «entretanto transformadas em lojas CTT», bem como do número de trabalhadores, e ainda o encerramento de «muitos dos centros de distribuição postal».

Na pergunta ao Governo, que tem como primeira subscritora a deputada algarvia Célia Paz, salienta-se que o agravamento da degradação dos serviços verificado durante a pandemia «não é devido à falta de profissionalismo dos carteiros, mas, sim, à falta de número suficiente de funcionários», em consequência de a administração dos CTT ter decidido «rescindir os contratados a prazo e todos os que se encontravam em período experimental».

«No Algarve, desde meados de Março, o atraso na distribuição de correspondência chega a ser de 15 dias, não há diferenciação na tipologia, seja de cor azul, verde ou express», aponta Célia Paz, que denuncia que, «devido à cessação dos contratos por parte dos CTT, os trabalhadores que restam são “obrigados” a trabalhar por vezes onze horas diárias».

«O Algarve tem sido uma região muito fustigada e prejudicada com estas decisões da administração dos CTT», lamenta a deputada do PS, que aponta ainda o exemplo do encerramento da concessão do serviço postal na freguesia de Vila Nova de Cacela, em Vila Real de Santo António, cujo concessionário «anunciou a rescisão do contrato com os CTT devido às inúmeras reclamações dos cidadãos por atraso na entrega da correspondência, ainda que não sejam da sua responsabilidade».

Destacando o «papel social dos CTT, que prestam um serviço público imprescindível a todos os portugueses e ao país», e lembrando que muita da correspondência são «encomendas urgentes» e «vales/cheques de subsídios e reformas de pessoas idosas e carenciadas», os parlamentares do PS consideram que «os CTT não cumprem os indicadores de qualidade de serviço exigido pela entidade reguladora».

Por esse motivo, os parlamentares querem saber se o ministério das Infraestruturas e da Habitação «tem conhecimento da degradação em que se encontram os serviços CTT», questionando que medidas equaciona «para que a imagem da prestação de um serviço público e social não fique em causa».

Célia Paz, Joaquina Matos, Luís Graça, Ana Passos e Francisco Oliveira querem também saber «que medidas tenciona o Governo tomar para que os CTT não deixem de servir as populações de Vila Nova de Cacela».

Os socialistas algarvios pretendem ainda que o Governo esclareça se, após o término da concessão do serviço universal dos CTT, a 31 de Dezembro deste ano, vai ter em linha de conta decisões para «garantir a continuidade e a disponibilidade do serviço postal universal com a qualidade exigida».

 



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