Foi um Verão estranho, aquele de 2011.
Não estarei a mentir se disser que o tempo em que nós, um grupo de jornalistas, mas, acima de tudo, camaradas e amigos, nos unimos para pensar e criar o Sul Informação, foi entusiasmante, cheio de esperanças renovadas e de grandes sonhos.
Nem estarei a faltar à verdade se disser que foi uma das alturas em que me senti particularmente vivo e capaz de moldar o mundo à minha vontade.
Mas mentiria se dissesse que foi tudo um mar de rosas, uma caminhada determinada e triunfal, cheia de certezas.
O Verão de 2011 foi também um tempo de despedidas e corte com o passado, o tempo em que eu, a Elisabete e o Nuno deixámos para trás, com um natural sentimento de angústia e tristeza, um projeto que muito acarinhámos e ao qual dedicámos muitos e bons anos.
Aquele Verão foi, também, de muita tempestade cerebral, para tentar perceber como é que íamos pôr cá fora um jornal, numa altura em que a crise económica assolava o país – e o mundo – e a imprensa regional, principalmente a algarvia, vivia um período particularmente negro da sua história.
Foram muitos dias e muitas noites a queimar pestanas, foram muitas ideias “geniais” que acabaram descartadas, por se revelarem inviáveis, foram muitos os becos sem saída…
No entanto, foi mais forte a perseverança e, digo-o sem medo de ser imodesto, a vontade de criar um jornal que ombreasse com os melhores, que fosse uma referência e onde o jornalismo independente e a missão de informar com rigor e isenção encontrassem uma casa para viverem felizes.
Hoje, o Sul Informação faz nove anos e eu sinto que é tudo aquilo que então sonhámos e ainda mais, muito mais.
Hoje, o que começou como um site simples, criado de raiz pelos “doidos” que se meteram na aventura de criar um jornal, quando todos se queriam ver livres deles, é o principal órgão de comunicação social do Algarve e do Baixo Alentejo e um dos mais proeminentes jornais regionais do país.
Podia falar no número de visitantes, de pageviews ou de clicks que temos, atualmente, no nosso site, que impressionam e muito abonam a nosso favor.
Podia falar dos muitos prémios, individuais e coletivos, que o Sul Informação e os seus jornalistas receberam, nesta nossa curta vida, ou até mesmo do reconhecimento internacional que foram as bolsas internacionais que recebemos do Facebook e da Google.
Mas acho que prefiro falar do Pedro, que se juntou à equipa mais tarde, mas que depressa se tornou um membro da família – porque é isso que somos, acima de tudo, uma família.
Quero falar também do Nilton, da Taciana e do Nelson, colaboradores na área do audiovisual, do Aurélio Cabrita, o nosso historiador de serviço, do sempre mordaz e certeiro Gonçalo Gomes, um dos nossos mais fiéis colunistas – e, na sua pessoa, todos os que nos honram com a sua colaboração, na coluna de opinião.
E da Mariana, das Anas (são várias), do Flávio, da Fabiana, do Pablo, da Bárbara, do Hélder, do Rodrigo, do Tomás, da Cristina, da Martyna, da Laura e de tantos outros que ainda estão ou já passaram pelo Sul Informação e nos ajudaram a crescer.
E quero falar, acima de tudo, dos nossos muitos e fiéis leitores, dos que nos elogiam, mas que não hesitam em criticar construtivamente, dos que deixaram o Sul Informação e, por acréscimo, a equipa que o faz, serem parte das suas vidas.
Foi um Verão estranho, este de 2020.
Ainda bem que continuamos a ter coisas boas para festejar.
Autor: Hugo Rodrigues é diretor-adjunto do Sul Informação.
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