A Mãe Soberana foi inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. A confirmação da inclusão desta manifestação cultural e religiosa do concelho de Loulé nesta lista aconteceu hoje, com a publicação de um anúncio no Diário da República.
«Este é um sonho concretizado e uma grande responsabilidade para que possamos cumprir todos os requisitos que estamos obrigados com esta inscrição», disse ao Sul Informação Dália Paula, que esteve sempre intimamente ligada a este processo e à candidatura submetida pela paróquia de São Sebastião de Loulé, primeiro como diretora do Departamento de Desenvolvimento Humano e Coesão da Câmara de Loulé e, depois, como diretora municipal.
«É uma grande felicidade. Estamos muito contentes e orgulhosos», reforçou.
Afinal, esta classificação é o reconhecimento de «um trabalho que nós fizemos em 2015 de preparação de toda a documentação necessária e de submissão com sucesso da candidatura de inscrição do culto da Nossa Senhora da Piedade no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial».
«Levou o tempo que levou, mas cinco anos depois – porque, curiosamente, a submissão foi feita em Agosto de 2015 – temos o processo concluído, com a consulta pública realizada e com todos os pareceres sempre favoráveis», acrescentou Dália Paulo.
Este reconhecimento é, acredita, «um passo maior para afirmar esta identidade, que não é só louletana, mas também de todo o Algarve, porque estamos a falar da mais importante manifestação mariana a Sul de Fátima».
Quanto à responsabilidade acrescida que a classificação acarreta, a diretora municipal louletana mostra-se confiante no futuro.
«Nós até já fazemos aquilo que esta classificação nos obriga, porque estamos a falar da questão da divulgação e da investigação da manifestação cultural», ilustrou.

«Nós continuámos a publicar livros e a fazer exposições após 2015. Continuámos a fazer quer educação, quer divulgação», disse, ainda, Dália Paula.
Agora, há que «continuar a trabalhar para manter a classificação».
«Por vezes pensa-se: a classificação é para cristalizar. Mas não, antes pelo contrário! O Património Imaterial é para ir sendo a cada momento repensado e adaptado aos dias de hoje», defendeu.
«Por isso é que é importante. Se o processo deixar de ser dinâmico, já não pode estar classificado como património cultural imaterial», explicou
Esta continuação e até a intensificação desta dinâmica será determinante para outro sonho que a Câmara de Loulé e o povo louletano e as forças vivas do concelho acalentam: A classificação da Mãe Soberana como Património Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Dália Paulo não esconde que este é «um primeiro passo» nessa direção e que a autarquia conta mesmo avançar com essa candidatura.
«Temos essa ambição. O trabalho, já o começamos, com tudo o que temos feito relativamente à edição de livros e criação de conhecimento relativamente a esta festa», disse.
Também a colaboração com a paróquia, «para a criação de um lugar, para que as pessoas possam ver a Mãe Soberana, ao longo de todo o ano, e que reforce a sua importância no concelho e na região», é importante.
«Isto é um trabalho que se faz com tempo. Quando acharmos que temos a maturidade suficiente para iniciarmos esse desafio, fá-lo-emos», garantiu.
«Aliás, desde a primeira hora que a Direção Geral do Património Cultural nos desafia a fazer a candidatura a património da humanidade», lembrou Dália Paulo.
Ou seja, «o objetivo, claro, ainda lá está» e a Câmara Municipal de Loulé vai «continuar a trabalhar» para conseguir esta importante distinção internacional para a manifestação cultural e religiosa que os louletanos mais acarinham.
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