Lídia Jorge distinguida com Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020

“Convida sempre os seus leitores a ir com ela a algum lado e fá-lo com uma subtileza estética que não pode, nem deve, passar desapercebida”, sublinha o júri do Prémio

Lídia Jorge foi hoje distinguida com um dos maiores prémios de literatura para autores latinos, o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020, atribuído pela organização da Feira Internacional do Livro de Guadalajara, na cidade do México.

Por isso, salienta a Câmara de Loulé em nota enviada às redações, «é com imensa honra e orgulho que o executivo municipal, em representação de todos os louletanos, vem expressar a sua alegria e emoção pela notícia e enviar publicamente à prestigiada escritora louletana, melhor dito à escritora de referência mundial, Lídia Jorge, uma palavra de felicitação pelo Prémio, assim como de profundo reconhecimento, respeito e gratidão pela sua obra e pelo seu pensamento, sempre atual, acutilante e desafiador».

A autarquia classifica Lídia Jorge como «uma escritora com uma implicação cívica que é uma referência para a nossa comunidade e para o nosso país».

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, considera que o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2020 «é um reconhecimento justíssimo de uma escritora e grande humanista que, ao longo da sua carreira, tem contribuído para a promoção da língua portuguesa e, simultaneamente, da cultura latina no mundo».

«Para mim, autarca louletano, admirador e leitor da escritora, é uma enorme felicidade ter a honra de, em nome de todos os louletanos, dar os parabéns à nossa conterrânea por esta distinção que tanto nos enobrece e nos confere uma responsabilidade acrescida para continuar a trabalhar no sentido de fortalecer o papel da Cultura na comunidade», acrescentou Vítor Aleixo.

Lídia Jorge e o seu enorme Humanismo obtêm, assim, este galardão. “Convida sempre os seus leitores a ir com ela a algum lado e fá-lo com uma subtileza estética que não pode, nem deve, passar desapercebida”, sublinha o júri do Prémio.

A entrega do galardão máximo da FIL Guadalajara à narradora, poeta, ensaísta e dramaturga portuguesa acontece a 28 de novembro.

A Feira Internacional do Livro de Guadalajara foi idealizada e criada, em 1987, pela universidade daquela cidade mexicana, sendo hoje um dos maiores acontecimentos literários a nível universal.

Tem um forte impacto local e uma grande participação internacional, sendo o maior evento literário de língua espanhola e a segunda maior feira do livro a nível mundial, a seguir à de Frankfurt, na Alemanha.

O Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas, criado em 1991, tem como objetivo distinguir uma obra de criação de qualquer género literário, e já premiou, entre outros, os seguintes escritores: Nicanor Parra (1991), Nélida Piñón (1995), Rubem Fonseca (2003), António Lobo Antunes (2008), Claudio Magris (2014), Enrique Vila-Matas (2015).

Lídia Jorge foi distinguida ao longo da sua carreira por vários prémios, dos quais: Prémio Ricardo Malheiros (1980), Prémio Literário Município de Lisboa (1982, 1984), Prémio Bordalo de Literatura da Casa da Imprensa (1995, 1998), Prémio D. Dinis (1998), Prémio P.E.N. Clube Português de Novelística (1999), Prémio Máxima de Literatura (1999), Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano (2000), Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLB (2002), Prémio Literário Casino da Póvoa (2004), Prémio Internacional Albatroz de Literatura da Fundação Günter Grass (2006), Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura (2014), Prémio Vergílio Ferreira (2015) e Prémio Urbano Tavares Rodrigues (2015) e o Grande Prémio de Literatura dst (2019).

Foi condecorada com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal (9 de Março de 2005) e com a distinção de Dama da Ordem das Artes e das Letras de França (13 de Abril de 2005).

Tem uma vasta obra publicada, passando pelos diversos estilos literários desde o romances, contos, literatura infantil, ensaio, teatro, poesia e crónicas.

A sua primeira obra “O Dia dos Prodígios” (1980) teve uma excelente aceitação e nos trinta anos da sua publicação a Câmara Municipal de Loulé, em 2010, dedicou-lhe uma grande exposição, realizada no Convento de Santo António.

 

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