Estratégia cultural de Faro alinhada com Agenda 2030 da ONU é pioneira na Europa

Faro quer fazer da Cultura o seu motor de desenvolvimento

O Município de Faro é o primeiro da Europa a desenvolver um Plano Estratégico para a Cultura totalmente comprometido com o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) definidos na Agenda 2030 pela ONU, adotados por 193 países.

A Câmara Municipal realça que, «com este plano estratégico pioneiro, Faro reconhece que as indústrias culturais e criativas e a infraestrutura cultural são recursos valiosos para a inovação e desenvolvimento sustentável».

«Simultaneamente, enquanto atribui à Cultura um papel decisivo num futuro de desenvolvimento sustentável do seu território, o Município de Faro atualiza o compromisso da Convenção Quadro do Conselho da Europa relativa ao valor do Património Cultural para a Sociedade, assinada em Faro em 2005», acrescenta a autarquia.

O Plano Estratégico para a Cultura de Faro «tem por base os indicadores temáticos definidos na Agenda 2030 da Unesco que visam auxiliar as cidades a aferir o contributo local da cultura para os ODS, nomeadamente para melhor alicerçar os cinco pilares da Agenda 2030: pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias».

De acordo com Rogério Bacalhau, presidente do Câmara de Faro, «pretende-se que a Cultura seja o motor de desenvolvimento de Faro pelo que é lógico que se adotem as metodologias preconizadas pela Agenda 2030 da Unesco uma vez que estas também colocam a cultura no centro das políticas de desenvolvimento territorial».

Para materializar estes objetivos, o Plano Estratégico para a Cultura de Faro organiza os seus programas de atuação segundo quatro dimensões temáticas alinhadas com os Indicadores Cultura 2030, mas interpretadas à luz do contexto do Município de Faro.

Em linha com a dimensão “Ambiente e Resiliência”, o plano estratégico apresenta a dimensão “Paisagem Cultural” em que «os programas e projetos culturais dedicam-se ao contributo da Cultura para um ordenamento sustentável do território, com enfoque no património material, imaterial e natural, na qualidade do ambiente urbano, incluindo as respostas em termos de mobilidade e de equilíbrios ecológicos».

Paralelamente ao pilar “Prosperidade e Meios de Vida”, definido pelos ODS, a segunda dimensão é “Economia Criativa”, «que visa contribuir para aspetos chave da economia (PIB, emprego, novos negócios, aposta na inovação e cruzamento entre turismo e cultura, etc), através do desenvolvimento de projetos culturais e estruturas de governança do setor».

O Plano Estratégico transporta ainda para a realidade do seu território mais duas dimensões dos ODS: “Competências Criativas” – em paralelo com “Conhecimento e Competências” (ODS), que «vai ter o foco no contributo da cultura para construção de conhecimento; e por último “Participação Cultural” – que a par com o pilar “Inclusão e Participação Cultural” dos ODS – irá contribuir para o reforço da coesão social e da inclusão».

A Câmara de Faro explica que o processo de construção do Plano Estratégico para a Cultura de Faro «teve início em Outubro de 2019 e a sua primeira fase consistiu num extenso processo de diagnóstico sobre o estado de arte do setor cultural e criativo do concelho. Além da análise de documentos e dados, tiveram lugar vários momentos de auscultação a entidades, agentes culturais, bem como cidadãos cidadãs título individual, reunindo mais de três centenas de pareceres, o que faz deste tendo um dos documentos estratégicos para a cultura mais participados do país».

Seguiu-se uma fase de estruturação e análise da informação, «tendo o Município apresentado publicamente esta terça-feira a primeira proposta de Plano Estratégico para a Cultura de Faro que está sob consulta pública até meados de Setembro».

«Este é um processo fundamental para a cidade e é de extrema importância que seja participado pelo maior número de pessoas e que o setor cultural e criativo se reveja nos programas a implementar pelo Município», explica o autarca Rogério Bacalhau.

A candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura 2027 é um do projetos estipulados no plano. «Embora este documento preveja ações até 2030, o compromisso do Município com a construção e desenvolvimento de uma estratégia cultural é essencial para a candidatura e ponto de partida da mesma», enquadra a autarquia farense.

«O Plano Estratégico inclui 27 programas, constituindo a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 uma dimensão e programa individual por si só. É um programa muito abrangente e que encerra em si todas as dimensões e objetivos estipulados na estratégia cultural e que estamos certos que vai mais além. Assim, terá um grande impacto na inovação e sustentabilidade do desenvolvimento do concelho e mesmo na região e ainda que Faro não ganhe o título, temos o compromisso de uma estratégia para a Cultura perspetivada para a próxima década», conclui Rogério Bacalhau.

 



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