Rui Rio exige ao Governo «medidas adequadas» à realidade económica do Algarve

Presidente do PSD quer que o Governo tenha em conta as especificidades da região e a sua grande dependência do turismo

Foto: Bárbara Caetano|Sul Informação

O Governo «tem a obrigação» de criar «medidas adequadas» à difícil situação económica que o Algarve já vive e ainda irá piorar, defendeu hoje Rui Rio, presidente do PSD, à margem de uma reunião com empresários algarvios, na Câmara de Albufeira.

«O que entendo, daquilo que tenho ouvido, é que para lá das medidas transversais que têm de existir para a economia portuguesa, aqui há, efetivamente, uma especificidade: a grande dependência que o Algarve tem do turismo, sendo que este é o setor de atividade mais afetado pela pandemia», afirmou Rui Rio.

Por isso, «o Governo tem, naturalmente, a obrigação de olhar para esta região e para a sua especificidade».

Defendendo que o turismo é «importantíssimo para a balança de pagamentos de Portugal», o líder do principal partido da oposição disse que o Governo tem «de encontrar medidas que nem sequer são de discriminação positiva, são medidas adequadas às circunstâncias» do Algarve.

Ou seja, «o Algarve não pode ser tratado da mesma forma que é tratado o Norte ou o Centro ou Lisboa».

 

 

«Poderá fazer sentido este apoio mais concentrado em Agosto e Setembro, às empresas, por via do lay-off, mas, na verdade, estes meses são os menos maus – dentro do mau que tudo isto é. Dada a sazonalidade, em Outubro, em Novembro e a partir daí, se as empresas não faturarem de forma minimamente equilibrada no Verão – e nós sabemos que não estão a faturar – como é que vão enfrentar a época baixa?», questionou.

«Prevêm-se problemas sociais gravíssimos aqui no Algarve e, como tal, estamos a tempo, não digo de os resolver, porque é impossível, mas de os atenuar», considerou Rui Rio.

Assim, seria pertinente «um apoio tendo em vista esta circunstância, que só em Abril é que se calhar as coisas poderão atenuar». Afinal, esta «é uma especificidade que existe no Algarve e que não existe noutros pontos do país».

O líder do principal partido da oposição veio ao Algarve ouvir os empresários e as associações que os representam para «tomar conta da realidade».

E o que ouviu da parte dos representantes de oito associações empresariais foi um relato de uma situação que é, já de si, muito complicada e que tende a piorar a partir do Outono.

Na parte da reunião aberta à comunicação social, em que os dirigentes associativos foram chamados a dar o seu testemunho, houve plena harmonia.

Afinal, como salientaram vários dos oradores, as associações empresariais do Algarve têm estado em contacto, para falar com o Governo a uma só voz.

 

 

Assim, a visão já ontem demonstrada por Elidérico Viegas, da AHETA, em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a secretária de Estado do Turismo acaba por ser perfilhada também pelas demais associações, nomeadamente o NERA, a ACRAL, a AIHSA, a CEAL, a Algarve Anima e a ANJE – o representante da ARHESP não pode dar a sua visão na presença dos jornalistas.

Ou seja, as associações consideram que as medidas ontem anunciadas, de âmbito nacional, não se adequam à realidade do Algarve.

O que seria preciso, referiram os dirigentes associativos, seria a continuidade do lay-off simplificado, complementado por um programa de formação subsidiado na época baixa, bem como o prolongamento da moratória de pagamento de empréstimos bancário e deferimento dos impostos até ao final de 2021, entre outras medidas.

Rui Rio ouviu os «alertas e preocupações», mas não quis, a quente, comprometer-se com nenhuma das propostas avançadas pelos representantes dos empresários.

Questionado, especificamente, sobre o prolongamento das moratórias e deferimento dos impostos até ao final de 2021, o líder do PSD disse «admitir que sim», mas salientou que ainda «teria de ver».

«Conto, ao fim do dia, ter na minha cabeça aquelas que eu considero as medidas que possam ser mais impactantes, entre tudo o que foi dito», assegurou.

«Eu estou aqui a ouvir para tomar conta da realidade. Porque é muito diferente estarmos fora dos locais onde os problemas existem, em que ouvimos falar deles e olhamos para os números. Percebemos, mas não sentimos», disse.

Aliás, disse, esta auscultação in loco era algo que «devia ser feito pelo Governo, em particular pelo ministro da Economia».

«Todos estes empresários fizeram um esforço, intelectual até, para encontrar soluções e propostas, porque são eles que estão a viver os problemas», disse.

«É sempre importante ouvir antes de anunciar medidas», rematou Rui Rio.

 

Fotos: Bárbara Caetano|Sul Informação

 

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