PSD acusa o Governo de ser «frugal» no apoio anunciado para recuperar economia algarvia

PSD reagiu ao anúncio de um programa específico para o Algarve com uma dotação de 300 milhões de euros

O PSD/Algarve acusou o Governo de ser «frugal» nas verbas que destinará ao programa específico para recuperação da economia algarvia, anunciado ontem pelo primeiro-ministro António Costa, considerando que os 300 milhões de euros em causa «não tapam nem pés nem cabeça».

Os social-democratas lembram que o pacote de 300 milhões de euros foi anunciado «após a atribuição do pacote europeu de 15,3 mil milhões a fundo perdido a Portugal» e acusam o Governo socialista de «estar para o Algarve tal como a Holanda e outros países estavam para Portugal e outros países menos abonados quando impediam um acordo».

«Importa que todos tenham presente o que está a acontecer: o Algarve perde hoje perto de 500 milhões por mês; a região regista um crescimento de 230% no desemprego em relação ao período homólogo, contando com cerca de 30 mil desempregados, cerca de 10 vezes superior à média nacional; regista, no quadro do país, o maior número de falências per capita; soma já problemas sociais gravíssimos que exigem medidas de emergência», resume o PSD.

Problemas que, na visão da distrital algarvia deste partido, «infelizmente, se vão agravar».

«O necessário, imprescindível, é trazer ajuda de emergência para as empresas e famílias. 300 milhões não são a resposta, muito menos 300 milhões sem um programa específico, sem medidas concretas e sem calendário definido. Cada dia que passa é um dia que se perde para salvar empresas e empregos – essa, neste momento, a verdadeira prioridade – e dar futuro e esperança aos algarvios. A ajuda não pode vir tarde de mais», defenderam.

«É imperioso ter um pacote robusto, de modo a salvar o que ainda tem remédio e arrancar com uma economia mais diversificada. Um pacote robusto em termos sociais, sobretudo quando muitos nem acesso, em razão da sazonalidade, têm ao subsídio de desemprego ou qualquer outro apoio social. Um pacote que chegue rápido, não anúncios vazios de conteúdo, desenhado para criar expetativas que os próprios números desmentem », reforça o PSD.

Os social democratas lembraram as declarações do primeiro-ministro de que o montante em causa servirá para responder à necessidade de diversificação da economia, ao investimento em infraestruturas, bem como à saúde, acusando estas palavras de não ter «remota relação com a dimensão do problema que se diz querer resolver. O Hospital Central do Algarve estava previsto custar em 2006 250 milhões de euros! Não é preciso mais para se perceber quanto a manta é curta, não tapando os pés nem a cabeça».

Por outro lado, dizem, as promessas feitas pelo primeiro ministro não suscitam «qualquer confiança, quando quem promete são os mesmos que ao longo dos últimos anos, mesmo em tempo de carga fiscal recorde, conduziram o investimento na região ao patamar mais baixo de sempre, falhando todos os compromissos, desde a ferrovia, à 125, investimento nos hospitais, portos, água ou qualquer outro».

Quanto aos elogios vindos de «vozes partidárias» de representantes de instituições algarvias, que «se prestaram às maiores reverências para com o Governo do seu próprio partido», foram um «serviço ao Algarve com tanto de inútil como de infundado».

 

 



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