Projeto “Não Brinques com o Fogo” usa a arte para alertar as consciências

«Se mudarmos os comportamentos, se cuidarmos do território, o risco de incêndio é mais condicionado»

Adriana Nogueira – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

Usar a arte como um veículo que leve a uma mudança de comportamentos. Este é o grande objetivo do projeto nacional “Não Brinques com o Fogo” que vai ter duas iniciativas em São Brás de Alportel. «Esperamos que seja um sucesso, porque projetos destes são bons para o nosso tecido cultural», diz Adriana Freire Nogueira, diretora regional de Cultura do Algarve. 

O grande pilar da iniciativa passa, então, por educar através da arte. Ou seja: através da cultura, alertar para a necessidade de cuidar das florestas e de ter comportamentos responsáveis.

O projeto é da AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, mas as Direções Regionais de Cultura (DRC) do Norte, Centro, Algarve e Alentejo vão ser as suas operadoras durante um ano.

Ao Sul Informação, Adriana Nogueira começou por explicar que, num momento inicial, o Algarve e o Alentejo nem estavam «para ser incluídos».

«Felizmente, acabámos por sê-lo. Este é um projeto piloto e vamos ver como funciona este ano. A AGIF tem conhecimento e tem acompanhado de perto atividades semelhantes que têm acontecido em Espanha, querendo replicá-las em Portugal», disse.

O objetivo é a tal mudança de comportamentos: «é esse o princípio básico», resume a diretora regional de Cultura do Algarve.

 

«Temos percebido que a maior parte dos fogos tem origem humana e, por isso, o comportamento das pessoas é importante. Se mudarmos os comportamentos, se cuidarmos do território, o risco é mais condicionado», acrescentou.

As linhas de pensamento estão bem traçadas e agora resta «passar a mensagem através da cultura». Para tal, haverá duas iniciativas, ambas a acontecer em São Brás de Alportel – uma ação de capacitação e um espetáculo de rua.

A ação de capacitação, explicou Adriana Nogueira, envolverá «iniciativas com as pessoas».

«Não será uma palestra, mas sempre uma atividade artística, em que as pessoas serão convidadas também a trazer as suas histórias, a sua própria prática. Aqui no Algarve, há a questão de termos população envelhecida, no interior, mas também há estrangeiros e a ideia é que haja comunicação entre as pessoas», acrescentou.

Quanto ao espetáculo programado, será ao ar livre, também devido à atual pandemia da Covid-19.

A este projeto podem concorrer associações de todo o Algarve e, segundo Adriana Nogueira, «já temos tido alguns contactos».

«Esperemos que seja um sucesso – se este ano correr bem, para o ano pode decorrer ainda em mais concelhos. Isto é bom para o nosso tecido cultural e a verdade é que até há pessoas que já fizeram espetáculos sobre esta temática, porque o Algarve, infelizmente, tem sofrido com este flagelo dos incêndios», diz Adriana Nogueira.

O investimento da AGIF é de 185 mil euros, com cerca de 21 mil destinados ao Algarve. As candidaturas podem ser feitas até 14 de Julho e os espetáculos ao ar livre serão apresentados em Setembro e Outubro.

Os avisos das ações, bem como os respetivos formulários de candidatura, no caso do Algarve, podem ser consultados aqui.

 

 

 

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