«Se Desidério Silva decidiu seguir um caminho diferente, isso é ditado pela sua própria consciência e não pelo facto de o partido o ter tratado mal, pelo menos a nível local. Nunca o fizemos!». A garantia é dada por Cristiano Cabrita, presidente da Secção Concelhia do PSD de Albufeira, em resposta à saída do partido, anunciada pelo antigo presidente da Câmara na sua página de Facebook.
O também ex presidente da Região de Turismo do Algarve alegou, numa publicação naquela rede social, que a sua decisão em sair do partido esteve ligada ao «pouco ou nenhum interesse que o partido teve pelo meu conhecimento e por aquilo que era a minha bagagem, nestes últimos dois anos».
Disse também que, apesar de ter informado o presidente do PSD local no mesmo dia em que enviou uma carta ao líder nacional dos social-democratas, anunciando a sua intenção de se desvincular, passado «um mês e não houve qualquer resposta quer do PSD nacional, quer local».
Cristiano Cabrita, por seu lado, em declarações ao Sul Informação, manifestou a sua estranheza pela atitude de Desidério Silva.
Salientando nunca ter havido uma comunicação oficial dirigida à Secção Concelhia, mas apenas «uma mensagem pessoal a dizer que tinha enviado uma carta ao Rui Rio a desvincular-se do partido», o presidente do PSD/Albufeira recorda que, na mesma noite em que recebeu essa mensagem, respondeu a Desidério Silva.
«Não vou revelar aqui toda uma conversa privada, mas, passado meia hora, disse-lhe: você tem um percurso no partido, deixa um legado muito importante a nível local, regional e nacional no partido, na minha tomada de posse, onde estiveram 200 e tal pessoas, referi o trabalho que o Desidério tinha feito».
«Nunca houve nenhuma animosidade por parte da Secção, o trabalho foi sendo desenvolvido pelos membros da Comissão Política, houve alturas em que ele foi convidado para várias situações do partido, outras em que não foi, mas isso faz parte das dinâmicas», acrescentou.
«Fui diretor de campanha do Luís Montenegro [que disputou e perdeu com Rui Rio a presidência do PSD] e ele também se revia nas posições do Luís Montenegro. Tive oportunidade de falar com ele, de o convidar para estar presente na campanha», recordou Cristiano Cabrita.
«Publicamente, sempre enalteci o trabalho dele, incluindo na minha tomada de posse, em que fiz questão de recordar o legado que ele deixou em Albufeira, que sempre nos mereceu todo o respeito», frisou.
«Nós respeitamos o trabalho que ele desenvolveu ao longo de 12 anos à frente do Município, mas naturalmente deveria haver aqui, da parte dele, também um respeito pelo trabalho que está a ser feito agora pelo atual presidente da Câmara», José Carlos Rolo, que até é uma pessoa que «sempre esteve ao lado» de Desidério Silva quando este foi autarca, disse ainda o presidente do PSD local, nas suas declarações ao Sul Informação.
«Neste momento, temos um presidente de Câmara [eleito pelo PSD] em exercício de funções, que está a desenvolver o seu trabalho, muito sério, falta muito tempo para as próximas Autárquicas e a Secção Concelhia do PSD tem de apoiar o atual presidente», concluiu Cristiano Cabrita.
Quanto às declarações de David Santos ao nosso jornal, dizendo que «a Distrital não tem, da própria Comissão Política de Secção, nenhuma indicação que nos desse alguma ideia do que é que o agora ex militante Desidério podia pretender», o líder do PSD de Albufeira diz apenas que «a Secção Concelhia não transmitiu nada à Distrital porque não havia nada a transmitir. Da nossa parte nunca houve nenhuma animosidade em relação a Desidério Silva, antes pelo contrário».
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