Marcelo Rebelo de Sousa não tem dúvidas: «temos de puxar pelo Algarve» e «rápido». O Presidente da República esteve esta segunda-feira, 6 de Julho, num jantar com os autarcas da região, em Monte Gordo, numa iniciativa que partiu do Chefe de Estado. É que, com o turismo no pensamento, Marcelo defendeu que «não há razão nenhuma para o Algarve ser prejudicado devido à Covid-19. Nenhuma».
Os tempos podem ser diferentes, mas há coisas que não mudam. Marcelo Rebelo de Sousa chegou, dirigiu-se ao restaurante, mas, pelo caminho, teve de parar para as tão famosas selfies (tiradas de máscara, claro).
Acima de tudo, este jantar serviu para ouvir os presidentes das Câmaras do Algarve (Rosa Palma, de Silves, não esteve devido ao incêndio de São Marcos da Serra), bem como a Região de Turismo e associações hoteleiras, numa altura em que o Algarve ainda vê como vai sobreviver a um Verão atípico.
«Temos de puxar pelo Algarve rápido para ir produzindo efeitos já este ano. Eles [os autarcas] têm ideias, até porque falaram com a secretária de Estado do Turismo, mas quero ouvi-los a todos. Como é evidente, tudo é importante e temos de olhar para a frente e lutar, em primeiro, por turismo que venha de outras origens», disse, à chegada, o Presidente da República, referindo-se à recente decisão do Reino Unido.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, o Algarve «merece» ser escolhido como destino de férias, uma vez que tem «uma condição de saúde pública que é de qualidade, até comparando com outras regiões e países».
Agora, defendeu, «é preciso é isso ficar claro», tanto «no espírito dos portugueses», para quem deve haver «uma campanha» de promoção, como no dos «estrangeiros».
Quanto a quem vem de fora de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa confessou que «temos de recuperá-los ao longo do tempo».
Certo é que a decisão do Reino Unido de excluir Portugal da lista de destinos seguros para viajar foi um duro golpe para o Algarve. Questionado sobre se ainda é possível reverter a decisão, o Presidente da República realçou que o Reino Unido «disse que em Julho vai ponderar».
«Depois de Julho, há Agosto, depois Setembro, depois Outubro e sabem que uma das características do clima português em geral, e do algarvio em particular, é que é muito acolhedor até muito tarde», disse. Ou seja: Marcelo Rebelo de Sousa espera que este Verão se ligue a «um bom Outono» que possa atrair turistas.
António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, explicou aos jornalistas quais são os grandes desejos dos autarcas, com o «reforço da intensidade da capacidade diplomática» à cabeça.
Dando o exemplo da Irlanda, que também vai anunciar uma lista de países seguros para viajar, o líder da AMAL disse que «é preciso que sejamos considerados um país seguro, porque isso vai forçar a posição do Reino Unido».
Também a República Checa já colocou Portugal numa lista idêntica – recomendando a viagem -, o que leva a que, na opinião de António Pina, faz «todo o sentido sermos considerados um destino seguro».
Os autarcas algarvios defendem ainda um reforço «das verbas, porque é preciso fazer mais promoção do nosso destino».
«Temos de tentar compensar o que vamos perder, investir mais na nossa comunicação e promoção, em locais como a Península Ibérica, a Alemanha, França ou Bélgica», disse. De resto, esta ideia tem aceitação «da secretária de Estado do Turismo e do presidente do Turismo de Portugal».
«Sei que, muito em breve, há já previstas algumas fam trips, road trips, com bloggers, influencers e a Região de Turismo também já tem preparadas algumas iniciativas», exemplificou.
E haverá maior influencer do que Marcelo Rebelo de Sousa? Este ano, além das férias, «previstas para a segunda metade de Agosto», o Presidente da República vai fazer ainda mais pela promoção da região.
«Virei cá, pelo menos uma vez por semana, todas as semanas, correndo vários pontos do Algarve», garantiu. Palavra de Presidente.
Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação
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