A existência de um plano específico de apoio ao Algarve é uma «prioridade nacional» defendeu, esta sexta-feira, 31 de Julho, o Presidente da República, depois de uma reunião com associações empresariais da região, em Tavira.
No final desta audiência, no Hotel Vila Galé Albacora, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o Algarve «precisa de uma atenção redobrada e específica».
«Não há nenhuma outra região no país que dependa tanto tanto do turismo, um setor que bateu no fundo», enquadrou.
O Governo já anunciou a elaboração de um plano específico de retoma para a região, algo que também Rui Rio, presidente do PSD, defendeu, numa recente visita ao Algarve, ser necessário.
«Quando o Governo falou de um plano específico para Algarve e vi o líder da oposição falar do mesmo, achei um bom sinal de que se entendiam que esta é uma prioridade nacional. Não é do Governo, nem da oposição. É de todos», defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas.
No final da reunião que manteve com seis associações empresariais (ACRAL, AHETA, AIHSA, CEAL, NERA e ANJE), o Presidente da República explicou que ouviu uma «mensagem de unidade».
«Em primeiro lugar, estão todas unidas nos mesmos objetivos e isso é muito importante. Em segundo lugar, fizeram a mesma leitura da situação: não há tempo a perder. O turismo, de facto, desceu ao ponto zero e a importância aqui no Algarve é decisiva», disse.
Marcelo Rebelo de Sousa abordou ainda o pacote de 300 milhões que o Governo já anunciou que vai destinar à região. «Não é que não seja importante haver 300 milhões a pensar noutros setores, mas o grosso da economia do Algarve tem a ver com o turismo, restauração», considerou.
Por isso, da parte dos empresários, o Presidente ouviu pedidos variados desde «um programa de formação profissional dirigido, em específico para o Algarve», até ao «aproveitamento daquilo que possa existir na sequência do novo regime que sucedeu ao lay-off simplificado».
Esta é a quarta visita oficial de Marcelo ao Algarve, no espaço de um mês. A região, confessou, está diferente neste Verão atípico.
«O retrato que me fizeram é o que tenho visto no terreno. Tenho ficado em hotéis de 3, 4 estrelas para cobrir um leque muito amplo. Município a município falo, dou as voltas, vejo, vejo os hotéis fechados, outros que ainda vão abrir… Olho para as praias, vejo como estão e como não está a vida noturna», disse.
É que, «embora possa haver pequenas mudanças de concelho para concelho, arrancar do zero até se chegar a 40, 50% é um caminho penoso que está a ser feito com uma grande capacidade de luta».
Por isso, o Chefe de Estado, que voltou a jantar, depois da reunião, com autarcas algarvios, desta vez na Pousada do Convento, em Tavira, deixou uma mensagem forte, horas antes do início do mês de Agosto.
Apesar de não «substituírem mercados essenciais como os ingleses, os portugueses estão a apostar – e devem apostar ainda mais – no Algarve».
Quanto aos jantares com autarcas, Marcelo explicou que estes encontros passarão pelos 16 concelhos algarvios.
«Os autarcas vão fazendo contactos, vão trabalhando em conjunto e com as associações empresariais e, portanto, vão limando arestas e avançando naquilo que são as soluções», explicou.
Nesse pacote de soluções cabem, «mas não podemos reduzir a isso», eventos como o Grande Prémio de Fórmula 1, que se realizará em Portimão, ou o Masters de Golfe, em Setembro, em Vilamoura.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou, por fim, que estas são iniciativas importantes, «sobretudo se não forem um acontecimento isolado e se forem precedidas de campanhas sobre o país e o Algarve».
Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação
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