Lagos dá nova vida às ruínas romanas da Praia da Luz

Obra de valorização do Balneário Romano da Praia da Luz vai avançar

A obra de construção do Centro de Acolhimento ao Visitante do Balneário Romano da Praia da Luz, que prevê a conservação, valorização e divulgação deste sítio arqueológico, vai ser adjudicada pela Câmara de Lagos.

A empreitada vai custar cerca de 312 mil euros, mais IVA, e tem um prazo de execução de 240 dias, ou seja, cerca de oito meses.

«A intervenção tem como propósito criar condições para a reabertura do monumento à fruição pública, incluindo o acesso a cidadãos com mobilidade condicionada. O programa do projeto, da autoria de Pedro Alarcão Arquitetos, contempla: a criação de um edifício de acolhimento ao visitante; a implementação de percursos de visita, hierarquicamente definidos; ações de conservação e consolidação das ruínas; a interpretação do edifício termal; ações pontuais de reconstituição que permitam ao visitante percecionar melhor a estrutura outrora existente; bem como a divulgação dos resultados obtidos e da intervenção arquitetónica implementada», descreveu a autarquia lacobrigense.

Além da requalificação propriamente dita, a câmara também vai avançar com «trabalhos de interpretação da estrutura arquitetónica arruinada, bem como a sua reconstituição», através da colocação de painéis informativos junto do monumento e de «uma simulação tridimensional virtual, com animação 3D, onde se reconstituirá o percurso dos banhistas no Balneário Romano».

No edifício de apoio do centro, será exposta uma maqueta integral do edifício.

«O edifício e o circuito de visita propostos têm assim como objetivo a dignificação do sítio arqueológico e a sua devolução à população, agora acompanhado de uma contextualização científica que desvela a história deste edifício termal e a sua integração num importante núcleo industrial de época romana», enquadrou a Câmara de Lagos.

Situadas na avenida marginal da Vila da Luz, as ruínas Romanas, registadas e escavadas na segunda metade do séc. XIX pelo arqueólogo Estácio da Veiga, «dão-nos uma ideia dos edifícios que ali terão existido: um balneário romano com várias dependências e com pavimento de mosaicos e um complexo industrial, constituído por tanques de salga de peixe, situado a oriente do balneário».

«Fragmentos de ânforas, materiais de construção, frisos de mármore, moedas, entre outros, fazem parte do espólio desta herança romana cuja construção remonta aos séculos II ou III, tendo sofrido alterações e ampliação nos finais do séc. III, inícios do IV d.C. A relevância do achado deu origem à sua classificação como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto nº 26-A/92, DR, 1ª série-B, nº 126 de 01 Junho 1992», segundo a autarquia.

Esta intervenção integra o projeto “Rota das Estações Arqueológicas de Lagos”.

 

 



Comentários

pub