Britânicos residentes tentam com «grande empenho» retirar Portugal da lista negra dos voos

Presidente da República reuniu-se com representantes da comunidade britânica do Algarve

Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

A comunidade britânica residente no Algarve, nomeadamente a que vive em Loulé, tem demonstrado «um grande empenho» em tentar convencer os seus conterrâneos a levantar as restrições que o Reino Unido continua a impor a quem viaje do nosso para aquele país, nomeadamente a quarentena à chegada, afirmou hoje o Presidente da República, à entrada para um jantar com os presidentes de Câmara algarvios, em Querença.

Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se esta tarde com representantes da comunidade britânica algarvia e vê nestes residentes aliados de peso para convencer o Governo inglês a colocar Portugal na lista de países seguros e evitar que quem entre no Reino Unido, proveniente do nosso país, tenha de cumprir uma quarentena de 14 dias.

«Tive uma reunião com a comunidade britânica que vive aqui em Loulé e houve um grande empenho, da parte deles, de tudo fazerem, na medida das suas possibilidades, para mostrarem a forma como são recebidos, como vivem cá, como gostam de viver cá, como querem trabalhar pelo bom relacionamento entre os dois países. Naturalmente, na parte económica, na parte empresarial, mas na parte pessoal também», revelou.

«Isso é muito importante, porque a diplomacia não se faz apenas de embaixadores, de ministros, de Governos e de Chefes de Estado. Faz-se de pessoas. E as pessoas que cá vivem – e são muitas, quase 50 mil – conhecem muito bem o Algarve, já que a grande maioria vive cá. Eles sabem qual é a realidade, apresentam a realidade e isso tem muita força para convencer, para persuadir, primeiro, os seus compatriotas e, depois, os responsáveis políticos», reforçou.

Além da comunidade residente neste concelho algarvio, há outras a trabalhar proativamente para levantar as restrições. O Chefe de Estado falou mesmo em presidentes de Câmara «que estão a fazer chegar à sociedade britânica vídeos e testemunhos de quem cá vive. Tudo isso ajuda muito, demora tempo, mas ajuda».

Quanto ao futuro, «como tudo na vida, é preciso persistir. E nós não desistimos. Nós, portugueses, somos muito insistentes e não desistimos, até porque sentimos que temos razão».

«É justa a nossa pretensão, em particular aqui no caso do Algarve, mas podia alargar. No fundo, o que queremos é que se olhe para critérios sensatos e aceitáveis, e fazê-los compreender e perfilhar por parte das autoridades de um país amigo há tantos séculos, o mais antigo aliado de Portugal», defendeu o Presidente da República.

É este o esforço que tem sido feito pelo Governo, ainda que sem resultados práticos, e do qual disse ser «testemunha».

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se, igualmente, esperançado que as restrições a voos a partir de Portugal sejam levantadas pelo Reino Unido ainda antes do final do Verão.

«Todos esperamos isso e estamos a trabalhar para que aconteça. O Verão só acaba em Setembro. Mal seria se não fossem», afirmou.

A reunião com a comunidade britânica e o jantar com autarcas aconteceram já depois do Presidente da República ter visitado o lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime, onde se registou o foco de Covid-19 que causou mais óbitos, no Algarve.

 

Fotos: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

 

 

 

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