UF de Moncarapacho e Fuzeta indignada por ser excluída do alargamento da rede de transportes

António Pina diz que «zonas mais afastadas da malha urbana da cidade como, por exemplo, Moncarapacho e Fuzeta, já se encontram razoavelmente servidas por transportes públicos de passageiros»

Foto de arquivo

A União de Freguesias (UF) de Moncarapacho e Fuzeta está indignada pelo facto de ter sido excluída do alargamento da rede de transportes urbanos, aprovada pela Assembleia Municipal de Olhão. 

Em nota enviada às redações, a UF diz que esta é uma «atitude de desrespeito para com os cidadãos da União de Freguesias de Moncarapacho e Fuzeta».

A proposta apresentada prevê que seja prolongada até Pechão a carreira que chegava até ao Estádio Municipal (mais 3,1 quilómetros), bem como o prolongamento da linha que servia o Cemitério 16 de Junho, até ao Sítio da Igreja, em Quelfes.

Para esta União de Freguesias, é «incompreensível que a futura carreira que chegará a Quelfes não seja prolongada até Moncarapacho (são mais 4,2 quilómetros), até porque o estudo que acompanhou a proposta salientava que os dois locais eram servidos pelas mesmas carreiras da EVA, o que é lógico porque Quelfes situa-se entre Olhão e Moncarapacho».

«Se o número de carreiras é o mesmo, por que é que consideraram que só a população de Quelfes tinha necessidade de mais ligações a Olhão do que Moncarapacho que até tem mais habitantes? E por que alargaram até Pechão, que é servida por número quase idêntico de carreiras?», interroga a UF.

António Pina, presidente da Câmara, explicou, numa nota de imprensa enviada pela autarquia, que «as zonas mais afastadas da malha urbana da cidade como, por exemplo, Moncarapacho e Fuzeta, já se encontram razoavelmente servidas por transportes públicos de passageiros».

«O que faltava, até agora, era uma rede otimizada dentro da malha urbana, que permita uma ligação o mais eficiente possível, numa lógica de articulação entre os vários serviços à disposição da população», defendeu o autarca.

Ainda assim, os argumentos não convencem a União de Freguesias de Moncarapacho e Fuzeta que realça o custo dos bilhetes.

«Muito relevante é a diferença entre o preço praticado nas viagens da EVA (entre Moncarapacho e Olhão) e do Município (em qualquer viagem nas carreiras urbanas): 3,40 € e 1.00€ (bilhetes adquiridos a bordo), respetivamente. Ao não prolongar o serviço até Moncarapacho, os habitantes na nossa vila – que só têm acesso aos autocarros da Eva – terão custos mais elevados para se deslocarem a Olhão. E a distância não pode ser tida em conta, porque no prolongamento do serviço até Pechão é praticamente a mesma, entre Quelfes e Moncarapacho», diz.

Mesmo em termos de custos para o Município, o aumento, se o Serviço de Transporte Público Urbano de Passageiros de Olhão chegasse a Moncarapacho, era «residual».

Segundo a UF, a «proposta do Executivo do Partido Socialista da Câmara Municipal de Olhão vai contra o que é recomendado pelo estudo que a acompanhou, que indica que a restruturação da rede de transportes urbanos deverá ter em consideração as necessidades de mobilidade da população, bem como o papel desta área à escala do concelho, acrescentando ainda «a importância das viagens entre freguesias do concelho, que, no caso de viagens com destino a Olhão, podem constituir-se como potenciais viagens da futura rede de transportes urbano».



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