Sobe para 16 o número de infetados devido à festa ilegal de Lagos

Duas pessoas estão internadas no Hospital de Faro

A festa ilegal que decorreu no passado dia 7 de Junho no Clube Desportivo de Odiáxere, em Lagos, já provocou 16 casos de Covid-19. 

A informação acaba de ser revelada por Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, numa conferência de imprensa realizada em Faro e na qual o Sul Informação participou.

Entre os casos confirmados estão pessoas «de várias nacionalidades» e residentes «em vários concelhos da região, maioritariamente Lagos e Portimão e também alguns visitantes».

Há casos já confirmados tanto de pessoas que participaram na festa, que terá reunido cerca de 100 pessoas, como de familiares que acabaram também por ser contaminados por quem nela participou. Alguns doentes estão em isolamento profilático.

5 dos 16 casos foram confirmados já durante o dia de hoje, 16 de Junho. Quanto ao primeiro caso, remonta a 10 de Junho.

Segundo a delegada regional de Saúde, entre os 16 infetados estão duas crianças de 11 e 7 anos.

Os casos mais graves prendem-se com duas pessoas, de 27 e 39 anos, que estão mesmo internadas no Hospital de Faro. Uma delas tem algumas «comorbilidades». De acordo com Ana Cristina Guerreiro, os doentes «não estão ventilados».

«Quando se internam doentes Covid, é porque o seu estado é preocupante. Os casos leves fazem o seu percurso em isolamento no domicílio», enquadrou.

Há ainda 5 pessoas a aguardar resultado laboratorial e mais 10 à espera de fazer o teste. Além destes casos, a «investigação continua, nos locais de trabalho destas pessoas e o nosso trabalho é esse: identificar e isolar para tentar quebrar as cadeias de transmissão».

Segundo Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, esta foi «supostamente uma festa de aniversário» e que, acredita-se, terá juntado «cerca de 100 pessoas».

A GNR esteve no local, acabando com a festa, mas não no seu «momento máximo».

Ana Cristina Guerreiro expressou a sua vontade de que se «consiga atribuir responsabilidade» a quem organizou esta festa, com todas as «suas consequências legais».

«Eu gostaria muito que isto tivesse consequências. Agora, às vezes, em termos legais, é difícil conseguirmos obter provas, obter responsabilizações legais. Uma festa com uma dimensão destas, num momento de pandemia em que tem sido falada a necessidade do distanciamento social e da utilização de máscaras… Espero que haja atribuição de responsabilidades», acrescentou.

Paulo Morgado, presidente da ARS/Algarve, também pediu para que todos nos mantenhamos «vigilantes».

«Todos sabemos aquilo que não é permitido pela lei. Quem organiza, tem de ser responsabilizado porque isto tem consequências na vida das pessoas. O que acontece em Lagos tem repercussões no Algarve e no país», considerou.

Apesar de terem participado pessoas de outros pontos de Portugal, esta foi «uma iniciativa local e de responsabilidade local. Alguns participantes justificam que a festa foi crescendo, sem terem noção disso», disse Ana Cristina Guerreiro.

De resto, segundo a delegada regional de Saúde, neste caso «demorámos dois, três dias até chegar à perceção de que tinha sido um evento de maiores dimensões».

Às pessoas que estiveram na festa, e que ainda não foram testadas, Ana Cristina Guerreiro deixou um pedido: «estamos perfeitamente dentro do tempo em que as pessoas podem não sentir nada, mas a doença surgir mais tarde. É um ato de responsabilidade ir a um serviço de saúde».

Questionada sobre uma eventual cerca sanitária a Lagos, Ana Cristina Guerreiro disse que tal medida não está a ser equacionada.

«Estamos numa fase em que isso não se justifica», conclui.

 

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