A Região de Turismo do Algarve não vai fazer comentários às declarações de um dirigente da Ordem dos Médicos (OM), que afirmou que cem casos desta doença em Faro ou Portimão obrigariam a «fechar o Algarve», na sequência do recente surto de Covid-19 no Algarve, relacionado com uma festa ilegal em Lagos.
Estas declarações de Alexandre Lourenço, presidente da secção do Sul da OM, seguidas de um comentário do próprio Bastonário da Ordem dos Médicos sobre a possibilidade de haver uma cerca sanitária na região, caíram mal junto de empresários, mas também de responsáveis políticos da região.
No entanto, João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve, contactado pelo Sul Informação, disse não querer responder às afirmações dos dois membros da OM.
«Confiamos plenamente na autoridade regional e nos profissionais de saúde para debelar situações de pequenos surtos, que não têm a gravidade empolada por alguns», disse, apenas, o responsável máximo pelo Turismo do Algarve.
A recusa do responsável pela RTA de tomar uma posição oficial de resposta a estas declarações e às muitas notícias que têm vindo a público sobre a Covid-19 no Algarve, nomeadamente as sobre o recente surto que teve origem numa festa ilegal, que juntou mais de cem pessoas em Odiáxere, não está ser bem acolhida pelos profissionais do turismo.
Em declarações ao nosso jornal, João Soares, delegado no Algarve da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e diretor e proprietário do Hotel D. José, em Quarteira, considerou que tem faltado uma voz em defesa da região.
«Há a informação negativa, mas depois não há o contraditório. Não há ninguém a dizer: calma, isso não é bem assim!», afirmou.
Em relação ao que se passou em Lagos, João Soares considera que seria «preciso explicar e vir aos meios comunicação social dizer que, por exemplo, Albufeira e Lagos são separados por cerca de 50 quilómetros e que de Faro a Lagos são mais de 70 quilómetros. Nós estamos numa região muito extensa».
João Fernandes, no entanto, não quis comentar e remeteu para a posição da autoridade de saúde regional, nomeadamente de Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que considerou, já depois do Sul Informação ter falado com o responsável pela RTA, que as declarações do líder da Secção do Sul da Ordem dos Médicos são «alarmistas, catastrofistas e de alguém que não conhece a realidade» da região.
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