PSD/Portimão diz que estratégia da Câmara para a Praia da Rocha «é secreta ou misteriosa»

Para Carlos Gouveia Martins, presidente do PSD/Portimão, «é evidente que houve uma tentativa de mitigar reações de desagrado dos portimonenses face à demolição da simbólica vivenda Compostela, na Avenida Tomás Cabreira»

Foto: Bárbara Caetano | Sul Informação

O PSD/Portimão acusa a Câmara Municipal de ter falta de estratégia para a Praia da Rocha, dando o exemplo da suspensão parcial do Plano Diretor Municipal (PDM), anunciada em Novembro do ano passado, e aprovada agora, em Junho.

Essa suspensão aconteceu devido à demolição da Vivenda Compostela, um testemunho histórico das primeiras décadas do século XX.

Na altura, depois de forte contestação, a Câmara anunciou essa suspensão do PDM, votada – e aprovada – agora na sessão de 1 de Junho da Assembleia Municipal.

Em nota de imprensa, o PSD, que votou favoravelmente, diz que havia tempo «desde Novembro de 2019 até Junho para entendermos qual a dinâmica que o Município quer implementar nesta zona a nível das políticas do território».

Só que, defendem os sociais democratas, «houve prioridade em comunicar precocemente uma suspensão, que só ocorreu formalmente agora a 1 de Junho, para acalmar a convulsão social em torno do caso isolado da Vivenda Compostela. Isto é uma evidência prática que está validada ao vermos que nunca resolveria essa demolição nem veio a estabelecer qualquer estratégia ambiental, estrutural ou planeada para o que o Município pensa para a Praia da Rocha».

Para Carlos Gouveia Martins, presidente do PSD/Portimão, «é evidente que houve uma tentativa de mitigar reações de desagrado dos portimonenses face à demolição da simbólica vivenda Compostela, na Avenida Tomás Cabreira».

«O executivo Permanente da Câmara lançou para o ar em molde de futurologia a imagem de uma suspensão de PDM sem ouvirem a Comissão de Acompanhamento da Revisão do PDM que até presido e sem auscultar nenhum partido político. Em suma, quiseram usar a comunicação escrita para aludir à imagem de resolver algo que não fizeram, mas, se hoje houvesse uma sondagem popular, aposto que 90% dos portimonenses achava que tínhamos o PDM suspenso há vários meses e que isso estaria relacionado com a Vivenda Compostela. A nível de comunicação, apenas, podemos dizer que o PS saiu-se bem mas a nível de utilidade ou estratégia foi igual a zero nestes seis a sete meses».

«A Câmara Municipal pode dar mil justificativos, mas qualquer portimonense atento que circule na avenida V3 entre a Rotunda da Fonte e a Rotunda da Marina de Portimão pode usar a célebre expressão de que uma imagem vale mais do que mil palavras e contar os mais de dez edifícios em fase de construção e a meia dúzia de gruas levantadas nesta zona que politicamente se diz querer repensar e estar fragilizada ambientalmente», acrescenta.

Carlos Gouveia Martins acusa o PS de ter uma estratégia «claramente secreta ou misteriosa» para a Praia da Rocha, «visto ninguém a conhecer. Podemos inclusive estar equivocados, mas o que parece é que empurraram com a barriga algo quando manifestamente não têm estratégia nenhuma para além de betão na zona da Praia da Rocha como há várias décadas o PS defende, pratica, aprova mas não apregoa».

Reiterando o documento aprovado em sessão de Câmara e de Assembleia Municipal, o PSD/Portimão defende que «é determinante prevenir a densificação da edificação, protegendo as áreas sensíveis, com especial relevo para as falésias, bem como permitir a valorização do sistema integrado urbano, a rentabilização de infraestruturas e equipamentos coletivos e ainda, a valorização e qualificação do espaço público».

De resto, os sociais democratas manifestam a sua «disponibilidade para pensar esta zona da Cidade de forma estruturada e sustentável ao nível do Ambiente sem descorar a parte Turística e económica mas envolvendo a comunidade e a sociedade civil para que não se chegue ao ponto de rutura e convulsão social como ocorre noutras zonas similares do concelho».



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