GNR é chamada «todos os dias» para o «descalabro» da Queda do Vigário

Junta de Freguesia defende interdição do local

Foto: Sul Informação

«Um descalabro». É assim que António Martins, presidente da Junta de Freguesia de Alte, classifica os ajuntamentos de pessoas que se têm verificado na Queda do Vigário e que têm obrigado a GNR «a ir ao local todos os dias». 

A lotação do espaço seria, «no máximo dos máximos, para umas 60 pessoas», mas os números têm sido bem mais elevados.

«Infelizmente, tem acontecido todos os dias, desde o fim do Estado de Emergência, mas ao fim de semana é um descalabro. Tem havido uma média de 250 pessoas na Queda do Vigário, numa área relativamente pequena. A GNR tem lá ido todos os dias – há pessoas que ligam, outras que não», explica António Martins ao Sul Informação.

O passado domingo, dia 28 de Junho, foi um bom exemplo, como comprovam as fotos tiradas pelo Sul Informação.

«Tivemos de chamar a GNR e mesmo o pessoal da aldeia está revoltado. As autoridades foram lá e obrigaram toda a gente a sair da água porque estava impossível. Mesmo fora de água, quase não há distâncias e tem sido assim todos os dias», lamenta o autarca.

Na opinião de António Martins, «como não há multas previstas, as pessoas não ligam tanto».

 

Foto: Sul Informação

 

«Até há casos de gente que finge que vai embora ao ver a GNR e depois regressa. O sítio não está classificado como praia fluvial, não há enquadramento legal e a única coisa que as autoridades podem fazer é a tal sensibilização», reforça.

Certo é que a Queda do Vigário é recorrentemente apresentada como um dos locais paradisíacos do Algarve. Ainda agora, na sua campanha mais recente, a Região de Turismo do Algarve (RTA) fala nas «quedas de água» da região, sendo que a do Vigário é uma das mais procuradas.

«Noutros anos nós até agradeceríamos, mas agora… Infelizmente há pessoas que chegam lá, veem que está muita gente, mas ficam na mesma», conta o presidente da Junta de Freguesia.

Para António Martins, patrulhas a cavalo como aquelas que a GNR tem feito, bem como o trabalho de sensibilização já não chega. A solução, defende, passa por «interditar a Queda do Vigário».

«É algo que tenho discutido com a Câmara e pelo qual me vou bater porque nós, enquanto Junta de Freguesia, não temos competência para interditar o local», diz. O Sul Informação contactou Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, mas, até ao momento, não foi possível ouvir o autarca sobre esta questão.

Na opinião do autarca de Alte, estes ajuntamentos são «um potencial foco de contaminação que importa que seja travado».

«Nós ainda não tivemos nenhum caso de Covid-19 aqui porque todos temos sido responsáveis, mas depois veem-se aquelas centenas de pessoas na Queda do Vigário. É uma situação muito complicada», conclui António Martins.

 

 

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