Autódromo de Portimão tem todas as condições sanitárias para receber a F1

Paulo Pinheiro destacou que o regresso da F1 seria «o maior evento que Portugal já teve desde o Euro2004»

As condições sanitárias para a realização de uma prova de Fórmula 1 em Portimão estão todas reunidas, disse à agência Lusa o administrador do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), num desejado regresso da modalidade a Portugal.

«Estamos a trabalhar afincadamente na garantia da Fórmula 1 (F1) para Portugal. É um processo complexo, complicado e difícil. Neste momento, estamos a tentar dar todos os passos necessários e pensamos que até meados da próxima semana a situação deve estar resolvida», revelou à Lusa Paulo Pinheiro.

O responsável explicou que na 24H Endurance disputada em 12, 13 e 14 de Junho, foi possível comprovar que «todos os procedimentos que pretendem demonstrar à F1 são passiveis de ser implementados no Autódromo e correram bem. Toda a gente a respeitar as regras».

Paulo Pinheiro destacou que o regresso da F1 seria «o maior evento que Portugal já teve desde o Euro2004», já que é o que tem «mais mediatismo e impacto económico a nível mundial» em toda a sua envolvência e seria «um marco histórico».

No entanto, alertou que a logística e organização de uma prova «desta dimensão» envolve custos «que dificilmente podem ser suportados apenas pelo circuito».

Num evento desta magnitude a segurança «é importante», destacou, por isso «todos os participantes são testados diariamente» e qualquer caso que ocorra «pode ser isolado rapidamente». As escuderias trabalham em cada carro «com uma equipa independente», existindo «um seccionamento muito grande que evita que haja a propagação».

Em relação ao público, a intenção é ir dos «30 a 60% da capacidade do circuito, respeitando as regras de distanciamento e de acesso às bancadas», como acontece num restaurante, avançou Paulo Pinheiro, que se mostrou disponível para «adaptar os procedimentos que a Direção-Geral da Saúde entender», defendendo que «é fundamental que o evento tenha público, dentro do limite que é aceitável».

Um decisão positiva por parte da organização implica uma repavimentação da pista, para que esteja «imaculada para a prova», mas que pode servir também para que o circuito «possa continuar a ser uma alternativa para a F1», adiantou.

Depois de ter estado encerrado «entre Abril e meio de Junho» devido à pandemia de Covid-19, o AIA já começou a receber treinos de «alguns pilotos de MotoGP», estando aos poucos a regressar à sua atividade normal, mas longe «da ocupação habitual».

Até ao final do ano é esperada uma taxa de ocupação «simpática», mas «nada comparada» com o que havia anteriormente, avançou o administrador.

O circuito algarvio regista habitualmente, entre Setembro e meio de Dezembro, «100% de ocupação», mas este ano foi necessário «um esforço para atingir os 70%», captando eventos diferentes.

O surgimento de um surto de Covid-19 nos últimos dias em Lagos, a poucos quilómetros do AIA, não perturba Paulo Pinheiro, em relação à possível vinda da F1 em final de Setembro ou Outubro, mas espera que sirva de alerta.

«Temos de refletir na nossa postura e atitude e voltar a ter uma correção nas normas de utilização da máscara e no distanciamento social no dia-a-dia. Depois de uma paragem de três meses custa-nos que por uma irresponsabilidade de alguns tenhamos de passar por uma situação similar», defendeu.

O responsável pelo AIA, realçou que «se Portugal está hoje numa situação para receber a F1» foi porque «os portugueses se comportaram maravilhosamente» nesse período, «fazendo muito mais do que era exigido» e por isso o «sucesso no combate à Covid».

«É retomar essa postura, mas com regras e respeito por todos», conclui.

O início do Mundial de F1 estava previsto para o dia 15 de Março, na Austrália, mas a prova foi cancelada devido à Covid-19. A competição arranca em 5 de Julho com oito corridas na Europa, entre Julho e Setembro, esperando a organização divulgar nas próximas semanas o calendário alargado, que deve ter um total de 15 a 18 corridas até Dezembro.

Para já, as primeiras corridas não terão público nas bancadas, mas mantém-se a esperança de que nos próximos meses a situação permita o regresso dos adeptos.



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