Ainda vêm aí «dias difíceis» no combate ao incêndio de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos

Apesar de ter sido «dominado às 9h10», «houve um conjunto de reativações mais ou menos violentas que foram sendo debeladas»

Foto: Nuno Costa | Sul Informação

O incêndio que deflagrou na tarde de ontem, 19 de Junho, em Aljezur e se alastrou aos concelhos de Vila do Bispo e Aljezur, está dominado, mas ainda vêm aí «dias difíceis» pelo que o «dispositivo vai manter-se» no terreno.

Em conferência de imprensa, realizada há momentos no posto de comando, montado em Budens, e na qual o Sul Informação participou, Vítor Vaz Pinto, comandante regional da Proteção Civil no Algarve, fez o ponto de situação.

Apesar de o fogo ter sido «dominado às 9h10», «houve um conjunto de reativações mais ou menos violentas que foram sendo debeladas», reconheceu.

 

 

«Vai ser uma noite difícil, amanhã também difícil e depois de amanhã, idem. Os próximos dias vão ser difíceis. Se as condições meteorológicas se confirmarem, vamos ter uma semana difícil no que diz respeito a incêndios rurais», acrescentou.

«Os profissionais estão a fazer de tudo, mas as condições previstas não permitem afirmar que o incêndio vai ser extinto amanhã ou depois», reconheceu.

Richard Marques, o comandante operacional, adiantou que há «oito máquinas de rasto a consolidar incêndio, mas a intensidade do vento é grande e temos projeções difíceis de debelar».

No total, a GNR deslocou «34 pessoas» que moravam em autocaravanas ou casa dispersas na linha do incêndio. As pessoas «resolveram a situação por si», nomeadamente quanto ao alojamento.

O plano estratégico de ação, de resto, tem como prioridade a «segurança das pessoas, combatentes e população, se forem colocadas em causa habitações». Os pontos quentes são «na zona de Pedralva e Vinha Velha».

Richard Marques reconheceu como este incêndio foi logo assumido «como situação de exceção» e «teve um ataque musculado».

 

 

«O incêndio está dominado, o que quer dizer que não ultrapassa barreiras criadas. As reativações, num incêndio de 10 quilómetros da cauda até à cabeça, é algo a que estamos habituados. Não houve desmobilização até ao momento e o dispositivo vai manter-se».

Por isso, apesar de «grande parte do perímetro está nessa fase de consolidação», esta vai ser uma «noite de muito trabalho».

Os autarcas de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur também marcaram presença neste ponto de situação. Ao Sul Informação, Adelino Soares, presidente da Câmara de Vila do Bispo, disse que quem nos «está a pedir apoio, está a recebê-lo».

Trata-se de pessoas a quem arderam casas, de madeira e sem qualquer tipo de licenciamento, ou autocaravanas e que podem procurar a ajuda da autarquia.

«Ainda não sabemos se era a primeira habitação de alguém, mas cada um desses pontos estava identificado. Os proprietários já tinham sido notificados para fazer a demolição, mas, neste momento, essa questão não é prioritária».

Quanto a Hugo Pereira, presidente da Câmara de Lagos, deu conta ao nosso jornal da sua tristeza de este incêndio ter vindo agravar uma semana «já de si complicada» devido ao surto de Covid-19 neste concelho.

«Veio agravar a pressão que Lagos tem tido em termos de saúde pública e segurança, acima de tudo ao nível do território neste caso e não em termos humanos, ao contrário da questão da Covid-19», lamentou.

Ainda assim, o autarca realçou «o trabalho que tem sido feito, em especial na última noite».

«Tenho plena confiança em todos os operacionais que estão no terreno para nos podermos livrar de vez deste incêndio», acrescentou.

Por fim, José Gonçalves, presidente da Câmara de Aljezur, revelou ao nosso jornal que, no seu concelho, local onde começou o incêndio, não ardeu nada «em termos de habitação ou construções».

 

Fotos: Nuno Costa | Sul Informação e Jack Palmer

 

 


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