O primeiro-ministro, António Costa, considerou esta sexta-feira que a crise financeira decorrente da pandemia vai ser paga “pelo esforço de todos”, mas defendeu que Portugal poderá sair deste período “em melhores circunstâncias” do que aquelas em que entrou.
“Com mais apoio comunitário ou menos apoio comunitário, isto vai ser pago pelo esforço de todos”, afirmou António Costa durante uma entrevista no Porto Canal.
O primeiro-ministro sublinhou que o Governo tem consciência de que as medidas aprovadas para apoiar as empresas e o rendimento dos trabalhadores permitem “mitigar a situação”, mas não a resolvem.
Contudo, o chefe do Governo mostrou-se confiante na recuperação do país.
“Isto vão ser meses muito difíceis, eu diria um ano muito difícil, mas em que temos condições, se conseguirmos continuar a conter a pandemia, para poder sair desta situação – e eu diria – [para] podermos sair desta situação em melhores circunstâncias do que aquelas em que entrámos”, referiu António Costa.
O primeiro-ministro advogou que “há um conjunto de novas atividades, designadamente na área industrial”, que o país tem “condições para criar”.
Durante a entrevista, Costa salientou que a pandemia colocou a descoberto a dependência da Europa na importação de produtos essenciais, considerando, por isso, que os países vão ter de “reaprender muito daquilo” que se habituaram a “mandar vir de fora”.
Neste domínio, Portugal “tem condições de excelência para poder estar na linha da frente dessa capacidade de reabsorção de muitas coisas”, considerou.
“A nossa indústria de confeções está cá, portanto, pode com facilidade readaptar as linhas de produção para deixar de produzir o que tem produzido nas últimas décadas, para passar a produzir muitas das coisas que deixámos de produzir”, complementou, sublinhando que a produção de “bens de maior valor” também se vai traduzir em mais postos de trabalho e “maior remuneração”.
O FMI prevê uma recessão em Portugal de 8% e uma taxa de desemprego de 13,9% em 2020.
Já Bruxelas, estima uma contração da economia nacional de 6,8%, menos grave do que a média europeia, mas projeta uma retoma em 2021 de 5,8% do PIB, abaixo da média da UE (6,1%) e da zona euro (6,3%).
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