Polémico projeto da Cidade Lacustre de Vilamoura volta à consulta pública

Promotores do mega-empreendimento apresentaram uma nova proposta, após a suspensão da avaliação ambiental por parte da CCDR Algarve

O polémico mega-projecto da Cidade Lacustre, em Vilamoura (Loulé), que tem sido fortemente contestado por associações ambientalistas e que até já inspirou a criação de um movimento de cidadãos para lutar contra a sua execução, está novamente em consulta pública até ao dia 21 de Maio.

Este novo período de consulta segue-se à suspensão da avaliação de impacte ambiental do empreendimento, decretada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, em Setembro, devido aos impactos negativos para o ambiente.

Os promotores da Cidade Lacustre, um mega empreendimento, de 57,4 hectares, com residências, camas turísticas, restaurantes e até quatro zonas de lagos, tiveram seis meses para reformular o projeto, de modo a que este fosse ao encontro das exigências da CCDR, entidade que justificou a suspensão do AIA com o facto de existirem «importantes lacunas de fundamentação e impactes negativos identificados em diferentes fatores ambientais, tais como o património cultural arqueológico, a paisagem, a biodiversidade, o território, a socioeconomia, a geotecnia ou as alterações climáticas».

Quem quiser conhecer o projeto alterado e, eventualmente, dar o seu contributo, pode fazê-lo online, no site Participa.pt, até dia 21.

 




 

O projeto da Cidade Lacustre de Vilamoura foi muito contestado por associações ambientalistas e cidadãos, nomeadamente da Associação Almargem, que tem estado na linha da frente da luta contra este empreendimento.

Na anterior consulta pública, que aconteceu também em Setembro do ano passado, poucas semanas antes da suspensão do AIA, a associação sediada no concelho de Loulé foi uma das que contestou oficialmente o projeto, apresentado a sua posição.

Na altura, Anabela Santos, dirigente da associação, disse ao Sul Informação que o projeto, na sua visão, é «um atentado e a replicação de erros do passado».

«Não se percebe como é que  ainda continuamos a querer fazer projetos deste tipo. É mais um empreendimento megalómano, numa zona onde não faz qualquer sentido. Logo agora que o tema das alterações climáticas está tão em cima da mesa», acusou.

A Almargem, que já publicitou na sua página de Facebook a abertura de um novo período de consulta pública à Cidade Lacustre, continua atenta ao desenrolar do projeto, mas não estará sozinha.
Também na rede social Facebook, nasceu um movimento intitulado “Pela Ribeira de Quarteira – Contra a Cidade Lacustre”, que conta com centenas de membros.

«A “Cidade Lacustre” ou “Vilamoura Lakes” é um ataque ambiental e um ataque feroz à sustentabilidade da região algarvia. Não é possível permitir que um projeto pensado à realidade de 1999 possa avançar agora (assente em planos obsoletos criados à pressa para fugir à proibição de construção junto da orla costeira), num planeta à beira do colapso ambiental e social, com a emergência climática, a destruição da biodiversidade e de habitats na ordem do dia», disse o movimento, em comunicado enviado ao Sul Informação, em Setembro.

 

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