Olhanense sai «do futebol definitivamente» se FPF confirmar subidas de Vizela e Arouca

António Pina, presidente da Câmara de Olhão, diz que decisão «é uma fraude que vai contra a verdade desportiva»

Luís Torres, presidente da SAD do Olhanense, diz que, se a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) confirmar as subidas do Vizela e Arouca à II Liga, os algarvios deixam «o futebol definitivamente».

As declarações ao jornal O Jogo deste responsável surgem depois de, no passado domingo, a FPF ter indicado Vizela e Arouca, líderes da série A e B do Campeonato de Portugal, como os clubes que sobem à II Liga.

Em causa está o critério de estas serem as equipas com maior número de pontos aquando do cancelamento da competição: Vizela (60) e Arouca (58).

A decisão mereceu o repúdio do Olhanense, que liderava a série D com 57 pontos conquistados, com os algarvios a defenderem a realização de um play-off entre os quatro primeiros classificados das quatro séries.

De resto, clubes que estavam em 1º como o Olhanense e Praiense (série C) juntaram-se a outros que ainda tinham hipóteses de subir (Real Sport Clube, Sport Benfica e Castelo Branco, Fafe e Lusitânia de Lourosa) para pedir, à FPF, uma reunião urgente com a Federação «de modo a esclarecer toda esta situação».

 




 

Em declarações ao jornal O Jogo, Luís Torres diz que, nesta decisão da FPF, «estiveram ausentes os princípios essenciais que regulam a competição futebolística equitativa».

Para Luís Torres, não nos «podemos esquecer de que não é a primeira vez que são tomadas decisões arbitrárias e sem sentido por parte de quem não corre ao domingo».

Na opinião do líder da SAD, o alargamento da II Liga «seria uma escolha solidária, de forma a resolver os prejuízos dos clubes que se posicionarem nos primeiros lugares da tabela, incluindo os dois clubes escolhidos para subirem. Por isso, apelamos aos governantes e dirigentes que façam prevalecer a justiça e o bom senso», acrescentou.

António Pina, presidente da Câmara de Olhão, também já veio a público contestar a posição da FPF. Em declarações ao jornal A Bola, o autarca disse que esta decisão «é uma fraude que vai contra a verdade desportiva».

«Assenta numa mentira, que é a pressão do Governo para não realizar o número de jogos. São seis jogos para decidir os dois clubes que vão subir à Liga 2. Não se compreende, quando na Liga existem condições para fazer 10 jornadas. Isto resolvia-se em meia semana na Cidade do Futebol», acrescentou.

O presidente da Câmara de Olhão deixou, por fim, à disposição do Olhanense todo o apoio «em termos jurídicos para avançar com uma queixa-crime contra quem tomou esta decisão, que envergonha ainda mais o futebol».

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