As missas com presença de fiéis no interior das igrejas algarvias vão regressar este sábado à tarde mas, para já, não serão como dantes. Haverá distanciamento social, a máscara é obrigatória, há alterações na comunhão e não haverá o abraço da paz.
O padre Miguel Neto, responsável pelo gabinete de informação da Diocese do Algarve e pároco de Tavira, explicou ao Sul Informação que «a lotação das igrejas foi definida de forma a que exista um espaço de quatro metros quadrados para cada pessoa no seu interior».
Ainda assim, acrescentou, «pessoas que façam parte do mesmo agregado familiar vão poder sentar-se em conjunto».
No caso da Igreja de Santa Maria, em Tavira, «antes podíamos receber 300 pessoas, agora estimamos que possamos ter entre 80 e 100», adiantou o sacerdote.
Há paróquias que, para controlar melhor as presenças, «pedem ou aconselham às pessoas que se inscrevam, como é o caso de Tavira, porque isso permite reservar lugares, distribuindo, com antecedência, os agregados familiares pelos bancos».
No entanto, «quem chegar à porta da igreja, 10 minutos antes do início da missa, se tiver lugar, poderá entrar».
À entrada, «haverá uma equipa de acolhimento, que distribuirá desinfetante e máscara a algum fiel que não tenha. Antes da comunhão, esta equipa volta a distribuir desinfetante para as mãos».
O momento da comunhão é, aliás, a altura em que os fiéis podem retirar a máscara por alguns instantes. Em sentido inverso, nesta altura, os celebrantes e ministros da comunhão colocam as suas máscaras, deslocando-se ao lugar onde os paroquianos estão sentados.
O ofertório também se processará de maneira diferente, uma vez que não haverá recolha. As ofertas serão depositadas, à saída da igreja. Já o momento do abraço da paz «foi suprimido».
Estão a ser também colocadas nas igrejas indicações de circulação e, nos bancos, há autocolantes que indicam a distância correta entre fiéis.
Terminada a eucaristia, a igreja «deve ser imediatamente limpa», acrescentou o padre Miguel Neto.
Durante a pandemia, além da eucaristia dominical, foram cancelados casamentos, batizados e a administração de outros sacramentos. Agora, explica o responsável pela comunicação da Diocese, «temos estas normas que se aplicam à utilização da igreja. Vamos poder celebrar casamentos, de acordo com estas regras. Já se sabe que toda a gente terá de usar máscara e respeitar o distanciamento», explica.
A Igreja no Algarve acabou por adaptar-se ao cenário de pandemia. As paróquias utilizaram perfis de Facebook para se manterem em contacto com os fiéis, fazendo transmissões em direto e a própria Diocese usou o seu canal de Youtube – que entretanto subiu muito em número de seguidores – para transmitir celebrações.
Segundo o responsável, agora, com o desconfinamento, a adaptação também está a decorrer com normalidade.
«Não há paróquias que não tenham aceitado bem as indicações que foram transmitidas pelo Bispo do Algarve aos vigários que, por sua vez, as transmitiram aos párocos. Surgem apenas algumas dúvidas sobre a melhor forma de colocar em prática estas medidas de proteção», concluiu.
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