Faro a Pedalar e MUBi querem medidas «urgentes» para promover mobilidade a pé e de bicicleta

Deslocações a pé e em bicicleta asseguram «o necessário distanciamento físico» para evitar propagação de Covid-19

O Faro a Pedalar e a MUBi – Associação para a Mobilidade Urbana em Bicicleta apresentaram à Câmara de Faro um conjunto de medidas de ação «urgentes» para transformar o espaço público, apoiando a mobilidade ativa – caminhar e andar de bicicleta – no pós-confinamento provocado pela pandemia de Covid-19.

Segundo a MUBi e o Faro a Pedalar, «a responsabilidade dos municípios em assegurar a protecção da saúde dos cidadãos no uso do espaço público é hoje acrescida».

Por isso, estas duas entidades propõem ao Município de Faro «um conjunto de medidas prioritárias, rápidas e de baixo custo, para apoiar e fomentar a utilização dos modos activos de deslocação durante a saída do confinamento».

Uma dessas medidas passa pela definição de corredores de saúde «realocando espaço anteriormente do automóvel aos modos ativos, através do fecho de ruas ao tráfego motorizado ou da supressão de vias de trânsito ou lugares de estacionamento para o alargamento de passeios e criação de ciclovias».

Esta proposta, defendem, «incentiva as deslocações a pé e em bicicleta e assegura o necessário distanciamento físico».

Outra das propostas passa pela «redução de velocidades e a fiscalização efetiva de comportamentos de risco na condução de veículos motorizados, como excessos de velocidade, estacionamento em locais de passagem de peões (passeios e passadeiras) e incumprimento das regras de ultrapassagem a ciclistas», que «reduzem o risco rodoviário para todos e facilitam o recurso aos modos ativos de deslocação».

A MUBi e o Faro a Pedalar querem ainda «planos de urgência de estímulo à mobilidade em bicicleta, parqueamentos seguros para velocípedes, gratuitidade do uso de sistemas de bike-sharing, ou mesmo campanhas de comunicação incentivando ao uso dos modos ativos», que «promoverão uma alternativa segura e saudável ao automóvel individual ao mesmo tempo que contribuem para o descongestionamento dos transportes coletivos.

As duas entidades recomendam ainda ao município «o retorno imediato à tarifação normal de estacionamento, de forma a não incentivar o uso do carro, em especial dentro da cidade».

Segundo a MUBi e o Faro a Pedalar, «cidades de todo o mundo como Barcelona, Bruxelas, Milão, Paris, Berlim, entre muitas outras, têm vindo a implementar medidas neste âmbito para garantir segurança, do risco de contágio e do risco rodoviário, a quem se desloca a pé ou em bicicleta, com o propósito de facilitar e incentivar estes modos de deslocação e garantir o necessário distanciamento físico».

Para os subscritores deste apelo, «a utilização da bicicleta durante a pandemia permite manter o distanciamento para evitar o risco de contágio e contribui para reduzir a poluição do ar, fator associado a taxas mais elevadas de mortalidade por Covid-19. Ajuda, ainda, a descongestionar os transportes públicos, deixando-os mais livres para quem efectivamente precisa deles».

Além disso, «a utilização da bicicleta e o caminhar proporcionam actividade física, contribuem para o reforço do sistema imunitário e reduzem os risco de várias doenças, como diabetes e obesidade. A OMS recomenda, sempre que possível, o seu uso nas deslocações necessárias durante a pandemia».

O movimento Faro a Pedalar e a MUBi consideram que é «urgente mudar o paradigma da mobilidade municipal. É um imperativo de saúde pública, de sustentabilidade da cidade e de apoio às famílias e cidadãos na mitigação dos custos de mobilidade».

«Ao Município de Faro cabe desempenhar com coragem exemplar este papel de mudança da sua cidade e território».

 




 

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