Desconfinamento «tem riscos, mas as sociedades têm de funcionar»

«As pessoas têm de ter uma consciência de que os seus comportamentos têm consequências, mas as autoridades de saúde estão alerta», garantiu a delegada regional de saúde

Paulo Morgado – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

«O desconfinamento tem riscos, que são assumidos, mas obviamente que as sociedades e a economia têm de funcionar». As palavras são de Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, numa conferência de imprensa, esta segunda-feira, 18 de Maio, na sede do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé.

No dia em que começou a segunda fase do desconfinamento, com a reabertura das creches, das Escolas Secundárias para 11º e 12º anos, bem como de restaurantes e cafés, este foi um dos temas em cima da mesa nesta conferência de imprensa.

Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, considerou que este regresso «ao novo normal tem os seus riscos».

«As pessoas têm de ter a consciência de que os seus comportamentos têm consequências, mas as autoridades de saúde estão alerta», referiu.

Ainda assim, os números a nível regional parecem ser animadores: pelo segundo dia consecutivo, o Algarve não registou novos casos de Covid-19 e a situação aparenta estar estabilizada. Mesmo à escala nacional, de ontem para hoje há apenas mais 173 casos confirmados, mas também um grande aumento nos recuperados (mais 1794).

«Tivemos duas semanas um pouco mais tranquilas porque estamos numa fase em que nitidamente diminuem o número de casos novos e aumentam os recuperados», disse a delegada regional de saúde.

Ainda assim, realçou Ana Cristina Guerreiro, o modus operandi das autoridades de saúde continua a ser «a deteção precoce e o isolamento dos contactos».

Numa altura em que o país regressa a alguma normalidade, Paulo Morgado vincou a «responsabilidade» que todos temos de ter.

«Todos nós, do ponto de vista da nossa responsabilidade individual, temos de adotar aquele comportamento, que até já está perfeitamente assumido pelos portugueses, do distanciamento e reforço das medidas de higiene e de etiqueta respiratória», disse.

É que, considerou o presidente da ARS, «esta doença não vai desaparecer tão cedo».

«A própria Organização Mundial de Saúde já disse que, se calhar, a doença vai ficar na comunidade e será, digamos, uma nova gripe. Isto é mesmo um novo normal, até que tenhamos uma vacina, disponível para a população mundial, e ainda estamos longe desse horizonte», disse.

Por isso, segundo Paulo Morgado, «vamos ter de conviver com esta doença de certeza muitos e muitos meses. O risco de termos novas vagas existe e é algo que está perfeitamente assumido».

Quanto à questão da imunidade, o presidente da ARS considerou que é algo «que só vamos perceber daqui a alguns meses».

«Devo dizer que alguns dos estudos feitos têm pouca utilidade porque a metodologia não é a mais adequada, a seleção da amostra não é a mais adequada e os testes não têm a sensibilidade que deviam ter. Ainda há muita ciência a ser feita para que se possam tirar algumas conclusões», disse.

Já António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, conta com a ajuda de todos os algarvios para esta «segunda fase».

«Felizmente, os nossos receios não se verificaram e, nestes 15 dias, tivemos poucos casos. Agora vamos passar para uma segunda fase, onde as interações e os grupos de pessoas vão aumentar, mas a expetativa é que mantenhamos as regras e sejamos bem sucedidos nesta segunda fase de desconfinamento», concluiu.

 

 

 

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