A Creche e Berçário Municipal de Monchique só vão reabrir as suas portas a 1 de Junho, decidiu a Câmara, em reunião com a equipa de Coordenação do Plano de Contingência Municipal de Monchique para a Covid-19 e as educadoras de infância.
Aqueles equipamentos são propriedade da autarquia local, dando resposta à totalidade da procura daquele serviço no concelho serrano. Uma vez que não recebem qualquer apoio da Segurança Social, a decisão sobre a data da reabertura cabe ao município.
Rui André, presidente da Câmara de Monchique, afirma não concordar com a abertura das creches esta segunda-feira, dia 18 de Maio, pois considera que, «se durante o período entre 18 e 31 de Maio os pais ainda têm direito a ficar com os seus filhos no âmbito do apoio à família, devem permanecer em casa, uma vez que o ambiente familiar e o recolhimento em casa são a resposta adequada para fazer face a esta situação da pandemia de Covid-19».
«O momento que vivemos obriga a muitas cautelas sob pena de deitarmos a perder todo o esforço conseguido até aqui», defende o autarca monchiquense.
O Município garante que o plano de transição que está a implementar para a abertura da Creche e Berçário cumprirão «todas as orientações da Direção-Geral de Saúde, que apenas no dia 13 de Maio procedeu à publicação das Medidas de Prevenção e Controlo em Creches (Orientação n.º 025/2020 de 13/05/2020 da DGS)».
Só que, salienta a Câmara de Monchique, «o cumprimento das diretrizes emanadas pela DGS para as creches implica a implementação de medidas de prevenção, controlo de infeção e adaptação de espaços devido às características desta resposta social e à maior dificuldade em aderir às medidas preventivas por parte das crianças deste grupo etário (0-3 anos), com o intuito de diminuir o potencial de transmissibilidade de SARS-CoV-2 nas creches».
A implementação das recentes orientações da DGS «exige alterações significativas no modo de funcionamento da creche (adequação de planos de higiene e limpeza, a aquisição de materiais, formação dos recursos humanos, entre outros)», acrescenta a autarquia.
Serão instaladas em cada edifício “estações de acolhimento”, de forma a permitir um circuito entre a chamada “zona suja e zona limpa”, salvaguardando o correto e seguro acesso e saída das instalações.
Será também desenvolvido um plano de retorno à Creche por parte das crianças, promovendo um contacto mais regular entre as educadoras e as crianças, «de forma a desenvolver uma adaptação a esta nova normalidade».
Entre outras iniciativas, «serão realizadas atividades lúdicas de aceitação do uso da máscara (videochamadas, construção de máscaras para os brinquedos, etc), de forma a reduzir o impacto da exigência do uso da máscara cirúrgica por parte de todos os funcionários».
A Câmara de Monchique decidiu ainda que a abertura da Creche Municipal será feita de forma faseada, «procurando dar uma resposta aos encarregados de educação que se encontrem presencialmente integrados no mercado de trabalho, ou como suporte pontual daqueles que, por necessidades específicas devidamente fundamentadas e validadas, não possam assumir o cuidado das crianças».
A autarquia afirma também que terá sempre em conta «as orientações da DGS, Governo e a Autoridade Municipal de Saúde Pública, podendo existir alterações no funcionamento da creche sempre que a situação de pandemia o justificar».
O funcionamento da Creche e Berçário Municipal é assegurado em grande parte pela Câmara de Monchique, cabendo às famílias uma comparticipação de um valor máximo de 80 euros/mês.
Apesar de estes equipamentos terem ainda funcionado durante metade do mês de Março, o presidente Rui André disse ao Sul Informação que não foram cobradas as mensalidades de Março, Abril e Maio. «É mais uma forma de ajudar as famílias do concelho», acrescentou.
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