Sociedade Portuguesa de Cardiologia apela ao uso generalizado de máscaras

Para a SPC, o uso de máscara é «um exercício solidário de cidadania»

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) apela ao uso de máscaras por toda a população, como forma de proteção dos doentes de risco, nos quais se incluem os doentes cardiovasculares. Para esta entidade, o uso de máscara é «um exercício solidário de cidadania».

Para a SPC, «o uso generalizado das máscaras constitui uma medida cívica que protege todos, sobretudo os doentes de risco, além de que pode permitir o reinício da convivência social e da atividade económica de forma mais segura e solidária».

«É verdade que a máscara protege pouco quem a usa e, sobretudo se for mal utilizada, pode dar uma falsa sensação de segurança. Mas também é verdade que se pode ser portador e disseminar o vírus sem se sentir doente e que, por conseguinte, o uso de máscara protege os outros. A nossa principal proteção é a máscara do outro», ilustrou Victor Gil, presidente da SPC.

É esta lógica de proteção individual «e, de forma mais pertinente, de prevenção de transmissão aos grupos mais vulneráveis, que se justifica o uso universal de máscaras em locais públicos fechados ou em que não se possa garantir o isolamento social desejável, de acordo com o risco da atividade praticada».

Ou seja, o que está em causa é «o princípio da precaução», razão pela qual vários países, incluindo os Estados Unidos da América, já estão a recomendar o uso de máscaras comunitárias pela população geral.

«Recomendamos que as máscaras de tecido de algodão, designadas como máscaras comunitárias, são boas opções para quem tem baixo risco. Mas defendemos que as máscaras cirúrgicas devem ser utilizadas pelos grupos de risco (idosos e pessoas com doenças debilitantes, como as cardiovasculares), prestadores de cuidados a pessoas institucionalizadas e profissionais de saúde», Victor Gil.

A Sociedade Portuguesa de Cardiologia mostra-se, ainda assim, consciente de que não se poderá colocar em causa a disponibilidade de máscaras cirúrgicas para os profissionais de saúde».

«O uso da máscara deve ser um reflexo de cidadania de cada pessoa que pode ser portadora do vírus sem saber e que assim protege as pessoas à sua volta, num exercício solidário de cidadania. As medidas de contenção de contágio preconizadas, como o distanciamento social e a lavagem frequente das mãos, pretendem evitar a inalação destas gotículas e prevenir a transmissão de Covid-19. Complementar a estas medidas é o uso de máscaras faciais, cuja utilização na comunidade tem sido largamente debatida e alvo de recomendações divergentes pelas diferentes entidades de saúde», concluiu a Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Comentários

pub