O presidente da Ryanair avisou hoje que a companhia aérea irlandesa de baixo custo não retomará os voos se for necessário deixar assentos no meio da fila vazios para manter as distâncias de seguranças por causa da Covid-19.
Numa entrevista ao Financial Times, Michael O’Leary disse que já avisou o governo irlandês de que, se planear introduzir tais regras, «ou paga pelo assento do meio» ou a companhia não voará, sublinhando que «não podemos ganhar dinheiro com uma taxa de ocupação de 66%».
Segundo o responsável, deixar os assentos do meio desocupados não garante distância suficiente e «é uma ideia idiota que não leva a nada».
A companhia aérea de baixo custo, que tem 99% dos aviões imobilizados devido à quase total interrupção do tráfego aéreo por causa da pandemia da Covid-19, já tinha alertado no início de Abril que os seus lucros estariam abaixo das expectativas para o exercício anual até final de Março, o que inclui apenas o início das perturbações relacionadas com o novo coronavírus.
A Ryanair estava em boas condições financeiras, sem dívidas e com uma tesouraria confortável, mas agora o setor da aviação está a passar por uma enorme crise, com o tráfego global paralisado por causa das medidas de contenção e controle da Covid-19.
Esta posição do presidente da Ryanair surge depois de a companhia aérea EasyJet ter admitido na semana passada a possibilidade de deixar os assentos do meio vazios numa fase inicial de retoma de voos.
A EasyJet, concorrente da Ryanair, tinha garantido dinheiro suficiente para uma imobilização, mesmo que durasse nove meses, o que lhe custaria três mil milhões de libras em liquidez.
Para tal, a companhia obteve dois mil milhões de libras de financiamento, incluindo um empréstimo de 600 milhões de libras do Tesouro e do Banco da Inglaterra como parte do fundo de emergência para fazer face aos efeitos do novo coronavírus.
Por seu lado, a British Airways decidiu colocar a maioria dos seus trabalhadores em lay-off e o fundador da Virgin Atlantic Richard Branson pediu ao Governo que ajudasse a empresa, que poderia falir.
A pandemia de Covid-19 pode reduzir o número de passageiros no céu em 1,2 mil milhões até Setembro, em comparação com o ano tradicional, segundo revelou na quarta-feira a Organização Internacional de Aviação Civil.
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