Reagentes ficaram retidos em Madrid, EPI encomendados pela AMAL estão na Embaixada de Pequim

Encomenda de ventiladores também está em risco

Paulo Morgado, presidente da ARS/Algarve – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

«Ontem [dia 9] esperávamos que chegassem [ao Algarve] 960 reagentes de extração automatizada. Não chegaram porque a empresa nos disse que ficaram retidos em Madrid». A revelação foi feita esta sexta-feira pelo presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, na conferência de imprensa semanal na sede do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé.

Paulo Morgado respondia assim a uma pergunta sobre a assumida falta de reagentes para as análises à Covid-19 no Laboratório Regional.

«Os reagentes estão em falta em Portugal e por toda a Europa», explicou, acrescentado que, no Laboratório Regional Dra. Laura Ayres, se usa «um tipo específico de reagentes», que faz a «extração automatizada do DNA viral». E é esse reagente que tem estado em falta.

«Há uma necessidade tão grande em toda a Europa» que depois «estão a acontecer estas coisas», lamentou aquele responsável, referindo-se à retenção do material encomendado em Espanha.

Melhores notícias foram dadas em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI) hospitalar encomendados pela Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na China. António Miguel Pina, presidente da AMAL, revelou, na mesma conferência de imprensa, que «só ontem conseguimos ter parte da encomenda, que já está na embaixada de Portugal em Pequim».

«Esperamos agora que, com a intervenção do senhor secretário de Estado, o Governo dê prioridade ao seu transporte para cá, nos aviões fretados que partem» da China, acrescentou António Pina. O secretário de Estado a que Pina se referia é José Apolinário, que assistiu à conferência de imprensa, nas suas novas funções de coordenador regional do combate à Covid-19.

 

A conferência de imprensa – Foto: Elisabete Rodrigues | Sul Informação

 

Menos sorte teve a encomenda de ventiladores que a AMAL tinha começado por fazer. «Os ventiladores estavam comprados, mas a empresa não conseguiu enviá-los, porque a fábrica foi proibida de vendê-los. O governo chinês passou a controlar todas as vendas de ventiladores».

Na segunda oferta que a organização dos autarcas algarvios teve, «os mesmo ventiladores custavam três vezes mais. Até agora, tivemos negociações, compromissos assumidos, Mas não temos os ventiladores», lamentou.

Ainda quanto à questão dos reagentes, o presidente da ARS Algarve anunciou que «o Governo adquiriu um número significativo de reagentes, que vão chegar nos próximos dias», podendo eventualmente ajudar a resolver o problema na região.

De qualquer modo, garantiu, a situação da escassez de reagentes «nunca nos impediu de entregar os resultados, porque no Serviço Nacional de Saúde há um funcionamento em rede». Os testes recolhidos no Algarve e que deveriam ser analisados no Laboratório Regional têm estado a ser enviados para Lisboa, para o Hospital de S. José.

«Quando não conseguimos fazer análises no nosso laboratório, há outros a fazer isso. Nunca ficou nenhum resultado por dar», frisou Paulo Morgado.

 

 

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