«Queremos um Algarve Covid Free», diz António Pina

Presidente da AMAL considera que Algarve tem «condições para ter regras diferentes das do resto do país»

«Queremos um Algarve Covid Free», anunciou António Miguel Pina, presidente da Câmara de Olhão e da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), na conferência de imprensa semanal de hoje na sede do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé.

É que, defendeu, «é preciso construir a ideia de que o Algarve continua a ser um destino seguro», que «é seguro vir passar férias para o Algarve, embora com condicionantes» por causa da pandemia de Covid-19.

Questionado pelos jornalistas sobre como vê o progressivo “desconfinamento” que está a ser preparado, o autarca admitiu que se trata de um «equilíbrio muito difícil» entre as medidas que será preciso manter e as que terão de ir sendo aliviadas, para não matar a economia da região.

O presidente da AMAL lembrou que «a situação epidemiológica do Algarve é distinta da do resto do país», portanto, na sua opinião, «pode haver regras no Algarve diferentes das do resto do país».

Antes, Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, também presente na conferência de imprensa, já tinha avisado que «o futuro não vai ser igual ao passado, quer na sociedade, quer nos nossos serviços de saúde».

«A doença não desaparecerá tão cedo, vai ficar connosco durante muitos meses, até se encontrar cura, tratamento eficaz ou vacina», disse ainda este responsável.

António Pina, que também é presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, admitiu que a reabertura da economia e das outras atividades «será gradual e monitorizada atentamente, para se perceber a evolução» da pandemia.

Em termos de turistas, o autarca acredita que, este Verão, o Algarve terá de operar sobretudo com os «nacionais», para mais porque a reabertura das fronteiras terrestres e aéreas «será feita de forma gradual».

«O Algarve tentará criar regras de boas práticas» a implementar nos espaços públicos, nas praias, restaurantes e hotéis. A ideia é «ir construindo soluções» que envolvam «autarcas, hoteleiros, saúde, proteção civil».

Mas, e se houver um novo aumento de casos, será que a Saúde consegue depois dar resposta? António Pina considerou que «a saúde está agora bem preparada, rotinou procedimentos, apetrechou-se melhor e vai continuar a fazê-lo, hoje conhece-se melhor a doença».

Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, não se mostrou tão otimista: «a praia, permitindo a aproximação das pessoas, é um local onde se pode transmitir Covid», sublinhou. Por isso, defendeu, há que «conseguir manter o distanciamento social nas praias», pelo que terá de haver «áreas delimitadas no areal, para que as pessoas não estejam umas em cima das outras».

As medidas concretas, salientou esta responsável, já começaram a ser discutidas, nomeadamente na recente reunião da Comissão Técnica de Acompanhamento das Águas Balneares, que está a preparar um Manual de Boas Práticas, para estar pronto até 6 de Maio.

Entre as questões de Ana Cristina Guerreiro, enquanto Autoridade Regional de Saúde, pretende ver definidas, está também o «acesso aos bares e restaurantes na praia e zonas envolventes», «o acesso às instalações sanitárias nas praias», a «vigilância da qualidade das águas balneares», incluindo interiores, que terá de ser «mais apertada».

Este Verão, avisou, não poderá «haver aglomerações nos acessos às praias», terá de haver «regras para circular nas passadeiras» e «para os equipamentos, como barcos, bóias e gaivotas».

Mas António Pina, presidente da AMAL, sublinhou que «o problema vai muito para além das praias. E os pequenos festivais? Os grandes festivais? E o bailarico da aldeia? Os bares e discotecas?».

«Queremos abrir o máximo possível, mas o máximo possível em segurança», frisou o autarca. «O Algarve tem condições para ter regras diferentes do resto do país», repisou.

E se as coisas correrem mal e os casos de Covid-19 começarem a aumentar no Algarve? «Se algo começar a correr menos bem, pode-se sempre dar um passo atrás», concluiu António Pina.

 

 

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