Presidente da Câmara de Monchique quer mais apoios do Governo para o Turismo no Algarve

Rui André sugeriu ainda «a criação de um Observatório para acompanhar e apoiar as empresas

«O Governo não pode abandonar o Algarve quando este mais precisa de ajuda», defendeu esta terça-feira o presidente da Câmara de Monchique, que reconhece que o setor do turismo na região «merece e exige mais apoios por parte do Governo, que não seja apenas a apresentação de linhas de empréstimos a que muitos nem conseguem recorrer».

Estas declarações foram feitas na segunda sessão do ciclo de conferências online «Webinar.Mcq» que a autarquia está a organizar e que junta empresários locais com convidados para discutir o impacto e as soluções para ultrapassar a situação de crise provocada por este vírus.

Numa sessão promovida em conjunto com a Região de Turismo do Algarve, teve precisamente como orador João Fernandes, presidente da RTA, tendo como tema “Medidas de apoio às pequenas e médias empresas no setor do turismo no Algarve”.

Esta pandemia tem evidenciado fragilidades do setor que apesar de tudo e da sazonalidade a que ainda está sujeito, tem sido, nos últimos anos, a maior alavanca para a economia da região e motor económico do país.

«Chegou por isso, a hora do Governo reconhecer o enorme contributo do setor do turismo do Algarve para o todo nacional e injetar diretamente capital nestas empresas, maioritariamente microempresas familiares e que poderão não resistir ao impacto desta pandemia», disse Rui André ao Sul Informação, considerando como «parcos e insuficientes» os apoios para este setor, exceção feita às medidas de lay-off disponibilizadas.

O presidente da Câmara coloca-se, assim, ao lado dos empresários, que revelam muita apreensão sobre o futuro e sobre as condições de reabertura dos seus serviços, pedindo medidas mais favoráveis, como apoios financeiros a fundo perdido.

O autarca reforça a importância das pequenas e micro empresas, principalmente nas áreas de turismo rural e animação turística, para a sustentabilidade dos Territórios de Baixa Densidade, como Monchique. Considera que estas pequenas e micro empresas são «as que têm menor liquidez e que por isso precisam ser mais ajudadas».

«Algumas destas empresas, depois do esforço de endividamento que fizeram após os incêndios, nem têm capacidade para recorrer a novo microcrédito. Salvar estas pequenas empresas e garantir os postos de trabalho é também salvar o interior do país», acrescentou o edil monchiquense.

Rui André sugeriu ainda, neste webinar, «a criação de um Observatório para acompanhar e apoiar as empresas neste momento de incerteza que se vive no setor e cujo impacto ainda pode ter repercussões maiores do que o esperado».

«É lamentável a pouca informação sobre o verdadeiro impacto desta crise nas empresas», considerou, nas suas declarações ao nosso jornal. «A existência de informação por CAE, por atividade e por regiões permitiria uma maior articulação entre a própria RTA, os empresários e as autarquias, que se devem unir para minimizar os efeitos e procurar soluções conjuntas para enfrentar esta epidemia».

Quanto à aplicação de um selo de certificação da qualidade sanitária dos equipamentos turísticos, da hotelaria e da restauração (o “Algarve Clean & Safe“), Rui André defende que isso «não pode constituir-se apenas como mais um entrave e despesa para as empresas».

Por isso, propõe a criação de apoios diretos ao setor para adaptação dos espaços e aquisição de equipamentos para manter a distância social recomendada, bem como a constituição de uma equipa multidisciplinar para apoio às empresas, de modo a que o acesso a esta certificação seja facilitado.

Para Rui André, «a região do Algarve que é uma referência mundial pela excelência dos seus produtos turísticos, vai ultrapassar mais este desafio com a aposta na segurança do destino, agora também em questões sanitárias, de forma a transmitir confiança ao consumidor e continuar a afirmar-se como o melhor destino turístico mundial».

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