NERA quer Algarve a refletir sobre a crise e a pensar já no futuro

Situação no Algarve é «preocupante», alerta a associação empresarial

O NERA – Associação Empresarial do Algarve considera que a região deve começar já «a refletir sobre as consequências que a atual crise vai ter na vida das pessoas, na economia e no futuro».

Em nota enviada às redações, o NERA diz que «estamos a viver na nossa região uma situação preocupante» e realça que é «prioridade imediata» fazer frente «ao choque dramático da paragem da atividade económica na região, nas empresas e no emprego, procurando utilizar os instrumentos financeiros e de apoio social, disponibilizados pelo Governo (que o NERA tem divulgado)».

Ao mesmo tempo o NERA considera que «temos de ir mais longe» e aponta para «a necessidade de começarmos a refletir sobre as consequências que a atual crise vai ter na vida das pessoas, na economia e no futuro da região. Temos, também, de começara pensar já no amanhã».

Segundo a associação, «no Algarve, temos centenas de empresas encerradas, lutando pela sobrevivência, milhares de trabalhadores sem trabalhar e sem garantia de emprego, famílias preocupadas, jovens sem certezas para o futuro e uma economia paralisada e de evolução incerta. Uma crise social profunda».

Para fazer frente a este cenário, «é necessário começar por ter consciência de que nada será igual ao passado. Estamos perante um futuro incerto e as empresas têm de se preparar para isso», realça o NERA.

Nesse sentido, a associação considera que «se deve procurar sair deste momento doloroso iniciando uma reflexão sobre o Algarve e sobretudo analisando as debilidades que esta crise pôs a nu. Por uma razão simples: o Algarve não pode voltar a ter de enfrentar uma nova crise nestas condições».

Para o NERA, essa reflexão «deve começar por uma análise de questões de fundo relacionadas com a estrutura económica do Algarve», uma vez que «esta crise demonstrou a vulnerabilidade gerada pelo desequilíbrio estrutural da economia da região».

Apesar de o Turismo ser «a atividade económica mais importante da região» e de dar «vida a centenas de empresas dos mais variados setores, além do alojamento e da restauração e a muitos milhares de empregos», o NERA considera que o Algarve tem «outros setores a menos».

A associação realça que «o Algarve possui outros setores económicos com potencialidades – ligados sobretudo aos recursos da Terra, do Mar, do Território, do Clima – insuficientemente aproveitados, apesar dos progressos dos últimos anos. O Algarve precisa de os dinamizar, de lhes dar força e desenvolver de forma a reequilibrar a estrutura económica da região, aproveitando recursos – que temos! – dando vida a novas atividades, a novas empresas, a mais emprego e a novas qualificações profissionais».

Também deve haver uma aposta, de acordo com o NERA, nos setores «ligados à inovação e às novas tecnologias, e a diferentes áreas industriais».

O desenvolvimento deste universo «reforça e dá consistência às atividades diretas do Turismo, gera uma base económica e social mais equilibrada e consistente, criando condições para atenuar a sazonalidade e enfrentar situações conjunturais desfavoráveis, como a que estamos a viver».

Para o NERA «é urgente esta reflexão, envolvendo, num debate profundo e responsável, todo o Algarve».

Para atingir estes objetivos, a associação empresarial diz que «é absolutamente essencial e urgente definir uma estratégia integrada e construir um instrumento político de Administração Regional, que dê consistência a um projeto regional».

«Temos de nos preparar para as duras batalhas que temos à nossa frente. As forças económicas, sociais e políticas do Algarve, têm de assumir as suas responsabilidades. O NERA estará presente», conclui a nota.

Comentários

pub