Marta Temido confirma fase de planalto da Covid-19, mas pede cautela

A ministra pediu aos portugueses a continuação do esforço na redução da transmissão

A curva epidemiológica da Covid-19 encontra-se em fase de planalto, disse este sábado, 11 de Abril, a ministra da Saúde, pedindo, ainda assim, que os «dados muito preliminares» sejam «interpretados com cautela».

«Aquilo que se mantém em termos de constatação geral é que estamos numa fase de planalto. No entanto, todos estes resultados, como temos sublinhado ao longo dos últimos dias, são ainda dados muito preliminares e devem ser interpretados com cautela», disse Marta Temido, em conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde (DGS).

A ministra pediu também aos portugueses a continuação do esforço na redução da transmissão.

«Há aqui um aspeto inequívoco do qual não nos podemos distrair. Todos os nossos esforços precisam de continuar a ser no sentido de reduzir a transmissão», disse, sublinhando a importância da «correta transmissão das mensagens de saúde pública» e apelando «à ajuda de todos».

Na mesma conferência de imprensa, a ministra da Saúde garantiu que o Estado apenas vai assegurar os custos de tratamento dos doentes infetados com o novo coronavírus nos hospitais privados nos casos encaminhados pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS 24).

«Sempre dissemos que a porta de entrada é desejavelmente o SNS 24 e, portanto, não faria sentido que utilizássemos agora um entendimento distinto daquele que sempre temos utilizado», disse.

Numa reportagem da SIC transmitida na sexta-feira à noite, a administradora dos Lusíadas afirmou que o hospital vai cobrar ao Estado o custo de internamento, testes e exames de todos os utentes que sejam diagnosticados com covid-19, mesmo que não sejam encaminhados pelo SNS.

Questionada sobre as declarações do hospital privado, a ministra explicou que as cláusulas contratuais, homologadas esta semana, dos acordos de adesão com os setores privados e social preveem que as entidades que operam nestes setores possam integrar a resposta à pandemia, desde que essa necessidade seja confirmada pelas entidades hospitalares e pelas administrações regionais de saúde.

Isto significa que os custos associados ao diagnóstico e tratamento dos doentes são assegurados pelo Estado sempre que as pessoas forem encaminhadas pelo SNS, mas não se procurarem por iniciativa própria os privados.

«O que ninguém entenderia certamente era que o Serviço Nacional de Saúde, de um momento para o outro, fosse também responsável financeiramente por aquilo que têm sido os atendimentos dos utentes que pela sua livre vontade, por sua iniciativa, escolheram dirigir-se a um prestador privado», considerou Marta Temido.

A ministra da Saúde acrescentou ainda que esta solução, assente nos contratos de adesão, tem sido discutida em articulação com os setores privado e social desde que se confirmaram os primeiros casos em Portugal, e é uma alternativa preferível à «eventual necessidade de requisição».

Marta Temido, tal como o Sul Informação já deu conta, abordou a questão da divulgação dos dados por parte das entidades regionais, pedindo que estas não deixem de «partilhar a informação».

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